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Sofala: Ex-diretor dos transportes acusado de corrupção

Arcénio Sebastião (Beira)
3 de julho de 2018

Na província de Sofala, ex-diretor dos Transportes e atual coordenador de uma comissão para rentabilizar o Terminal Rodoviário da Beira é acusado de má gestão e corrupção. O caso já está nas mãos das autoridades.

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Terminal Internationaler Busbahnhof in Beira (Mosambik)
Foto: DW/A.Sebastião

Tudo terá começado no início do corrente ano. Nessa altura, Hélcio Canda deixou o cargo de diretor provincial dos Transportes e foi nomeado como coordenador de uma comissão mista para tornar rentável o Terminal Rodoviário da Beira.

Mas Canda é acusado de chamar duas empresas para fazer serviços de limpeza e melhoramentos, a BMS (Bussines Management Services) e a VMS (View Multi-Services), sem fazer concurso público.Segundo Rodrigues Botão, ex-funcionário do Terminal Rodoviário da Beira, as empresas apresentaram faturas de mais de dois milhões de meticais (o equivalente a quase 29 mil euros).

Rodrigues Botão, ehemaliger Mitarbeiter des Zentral Busbanhofes in Beira (Mosambik)
Rodrigues BotãoFoto: DW/A.Sebastião

Rodrigues Botão diz que as empresas de Hélcio Canda emitiram "uma fatura para o Terminal Rodoviário a cobrar 187 mil pelos trabalhos de capinar e podar as árvores. Dias depois, volta a emitir-se um cheque a favor da empresa BMS para a construção de um muro de vedação, e um outro de 260 mil, para o mesmo efeito, a favor da VMS, que é uma empresa de limpeza, não vocacionada para executar uma obra de engenharia."

Conflito de interesse

Hélcio Canda seria um dos sócios da BMS e o proprietário da VMS - as duas empresas com que o Terminal Rodoviário, gerido por Canda, fez negócios.Orbert Boroma, antigo trabalhador da VMS, confirmou que esta empresa "é do senhor Canda. Ele é que é o proprietário, é unipessoal."

Orbert Boroma, ehemaliger Mitarbeiter des Zentral Busbanhofes in Beira (Mosambik)
Orbert BoromaFoto: DW/A.Sebastião

Hélcio Canda estaria, assim, numa situação de conflito de interesses, algo que é proibido por lei.

Além disso, segundo as denúncias, sob a gerência de Canda, o Terminal Rodoviário da Beira comprou uma carrinha, com dinheiro do Estado. Mas a carrinha não está a beneficiar o terminal, de acordo com o ex-funcionário Rodrigues Botão.

"Ele liga para colegas a pedir as chaves da viatura, a dizer que a viatura é para andar com a diretora provincial dos transportes, mas, em contrapartida, a viatura não está com a diretora provincial. Quem anda com a viatura é a esposa dele."

Caso nas mãos das autoridades

A DW África tentou entrar em contacto com Hélcio Canda, sem sucesso.

O caso já deu entrada no Gabinete de Combate à Corrupção em Sofala, como afirma o porta-voz João Chaua. "Confirma-se que, no mês de maio de 2018, deu entrada, nesta instituição, uma denúncia contra um cidadão que exerce as suas funções no Terminal Rodoviário da Beira. É importante referir que a denúncia foi autuada de 23 de maio de 2018, num processo na fase de instrução preparatória."

A diretora provincial dos Transportes e Comunicações, Maria da Imaculada Gabriel, prometeu pronunciar-se oportunamente sobre o caso.

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