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Mediadores apresentam proposta para fim dos confrontos

Lusa / ar.22 de agosto de 2016

Os mediadores internacionais nas negociações de paz em Moçambique apresentaram uma proposta às delegações do Governo moçambicano e da RENAMO para a cessação imediata das hostilidades militares.

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Mosambik Militär
Foto: picture-alliance/dpa

Falando durante uma conferência de imprensa em Maputo(22.08), no fim de mais um encontro da comissão mista, Mario Raffaelli disse que a proposta foi entregue na sexta-feira (19.08) e que as partes continuam a analisar o documento, escusando-se a comentar o seu conteúdo.

"É uma proposta que toma em consideração o que foi discutido com as duas partes nos encontros que tivemos em separado", referiu o antigo mediador chefe do Acordo Geral de Paz, firmado pelo Governo e pela RENAMO, em Roma em 1992, acrescentando que existem "pontos sensíveis" e que precisam de mais discussão.

"Agora começamos a confrontar as posições, tudo em busca de uma solução satisfatória para todos", acrescentou Mario Raffaelli, que é um dos nomes indicados pela União Europeia para o processo negocial em curso.Apesar de as duas partes terem voltado ao diálogo em Maputo, da região centro de Moçambique continuam a sair relatos de confrontos entre o braço armado da RENAMO e as Forças de Defesa e Segurança, existindo denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.

Acusações de emboscadas nas estradas

Mosambik Maputo Präsident Filipe Nyusi (R) und Oppositionsführer Afonso Dhlakama
Líder da RENAMO, Afonso Dhlakama (esq.) num encontro com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi (25.02.2015)Foto: Getty Images/AFP/S. Costa

As autoridades moçambicanas acusam a RENAMO de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas, em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da mineira brasileira Vale.

Esta é a primeira vez que a comissão mista emite um comunicado desde a ronda da quarta-feira (17.08), marcada pela polémica no ponto de agenda que diz respeito à revindicação da RENAMO em governar nas seis províncias que alega ter ganho nas eleições gerais de 2014.

No início da tarde de quarta-feira, José Manteigas, líder da equipa negocial do maior partido da oposição, falando na qualidade de porta-voz da comissão mista, leu um comunicado conjunto declarando que, "sobre a governação nas seis províncias, as delegações concordam que devem ser encontrados mecanismos legais para a nomeação provisória dos governadores provinciais oriundos do partido RENAMO o mais cedo possível".Horas após a leitura deste comunicado, a delegação governamental convocou os jornalistas para esclarecer que a comissão mista não tem mandato para um acordo sobre a nomeação de governadores da oposição e que este só poderá ser firmado pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e pelo líder da RENAMO, Afonso Dhlakama.

"A decisão não é da comissão mista. Nós temos o mandato de preparar o encontro deles", precisou Jacinto Veloso, acrescentando que a reivindicação da oposição não pode ser analisada de forma isolada em relação aos outros pontos da agenda, igualmente "muito importantes".

Além da cessação imediata dos confrontos militares e a exigência da RENAMO sobre as seis províncias, a agenda das negociações integra a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança e o desarmamento do braço armado da oposição.

Províncias onde a Renamo ganhou nas eleições de outubro de 2014 POR
Províncias onde a RENAMO ganhou nas eleições de outubro de 2014
Unruhen in Mosambik
Militares moçambicanos na Gorongosa (2013)Foto: picture-alliance/dpa


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