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Manica: FDS abatem cinco alegados membros da "Junta Militar"

Bernardo Jequete (Manica) | Lusa | cvt
23 de julho de 2020

Forças de Defesa e Segurança anunciaram, esta quinta-feira, ter abatido cinco guerrilheiros da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO durante uma operação numa base em Dombe, Manica, centro de Moçambique. 

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Imagem ilustrativaFoto: DW/B. Jequete

Na operação, que surge em resposta à sequência de assaltos a postos de saúde e estaleiros de empresas na região, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas apreenderam "três armas de fogo Ak-47, sete carregadores e outros bens", disse Mário Arnaça, porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, em conferência de imprensa.

Os cinco homens abatidos estariam armados e trajados de fardamento militar pertencente à autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, grupo liderado por Mariano Nhongo.

Mosambik Manica Road EN6 Attacken aus Fahrer
Mário Arnaça, porta-voz do Comando Provincial da PRM em ManicaFoto: DW/Bernardo Jequete

Ainda segundo Mário Arnaça, a morte dos guerrilheiros aconteceu no posto administrativo de Dombe, distrito de Sussundenga.

"Para responder às movimentações dos homens armados da Junta Militar da RENAMO em Dombe, as Forças de Defesa e Segurança redimensionaram os seus planos operativos e houve aumento de patrulha que culminou com o combate com aquela força", disse. 

O combate, prosseguiu Mário Arnaça, registou-se na segunda-feira (20.07), tendo as ações operativas das forças governamentais se prolongado até esta quinta-feira, com perseguições que visavam desmantelar esconderijos do grupo nas matas de Dombe - onde, segundo as autoridades, são coordenados os ataques a viaturas na Estrada Nacional Número 1 pelos dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana.

A PRM lança um apelo às populações dos distritos de Sussundenga e Gondola para não aderirem à Junta Militar, "porque, alinhando-se com este grupo, correm o risco de estar na linha de fogo".

"Por outro lado, queremos apelar aos elementos da 'Junta Militar' da RENAMO para aderirem ao processo de DDR, porque isto vai trazer a ordem, segurança e tranquilidade públicas", disse o porta-voz da PRM em Manica.

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Foto: DW/A. Sebastião

Acusações contra a "Junta Militar"

A polícia atribuiu novamente à autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO o ataque, na última semana, ao centro de saúde de Chipindaumue e o roubo de medicamentos e material médico-cirúrgico na zona, com um histórico de incursões e ataques de homens armados.

"Reforçar que, no terreno, também foi encontrado material do Centro de Saúde de Chipindaumue que foi roubado por esses homens armados da RENAMO", acusou Mário Arnaça, acrescentando "que não foi possível trazer, porque foi destruído durante o combate".

As autoridades responsabilizam também a "Junta Militar" da RENAMO pelo saque e incêndio, no final de junho, de um estaleiro da empresa Mozbife, de capitais britânicos, em Dombe, depois de terem responsabilizado o grupo pela decapitação, em abril, de um cidadão de nacionalidade vietnamita.

O porta-voz disse que as FDS vão continuar com ações operativas naquela região para desativar as possíveis bases do grupo e apelou à população a denunciar novas movimentações de grupos armados na região.

A autoproclamada "Junta Militar", liderada por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da RENAMO, contesta a liderança do partido e o Acordo de Paz assinado em agosto do último ano, sendo acusada de protagonizar ataques que já provocaram a morte de pelo menos 24 pessoas desde agosto de 2019 no centro de Moçambique. 
  

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