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Mali vai a segunda volta das presidenciais

Lusa
3 de agosto de 2018

O atual chefe de Estado do Mali, Ibrahim Bubacar Keïta, venceu presidenciais de domingo, mas não conseguiu a maioria dos votos e terá de disputar uma segunda volta contra Soumaïla Cissé. Oposição rejeita resultados.

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Foto: DW/K. Gänsler

O Presidente cessante do Mali, Ibrahim Bubacar Keïta (conhecido como IBK) é o "claro vencedor" das eleições do passado domingo, tendo obtido 41,3% dos votos, segundo os resultados comunicados esta quinta-feira à noite (02.08) pelo Ministério da Administração do Território.

IBK irá agora disputar uma segunda volta, a 12 de agosto, com o segundo candidato mais votado, Soumaïla Cissé, que obteve 17,8% dos votos, um número muito abaixo do que ele próprio previu.

Mali Wahlen - Ibrahim Boubacar Keita
Presidente do Mali, Ibrahim Bubacar KeïtaFoto: Getty Images/AFP/I. Sanogo

Na primeira volta das eleições, que se realizaram no dia 29 de julho, Ibrahim Bubacar Keïta, de 73 anos, obteve 1.333.813 votos, especificou o ministro Mohamed Ag Erlaf. Soumaïla Cissé, por sua vez, recolheu 573.111 votos, de acordo com os resultados oficiais provisórios.

Oposição rejeita resultados

O candidato da oposição do Mali Soumaila Cissé rejeitou os resultados das eleições presidenciais e deixou no ar a possibilidade de boicotar a segunda ronda marcada para dia 12 de Agosto. 

"Os resultados são manipulados e nós não vamos aceitar", disse Cissé, de 68 anos, segundo classificado nas eleições, com 17,8% dos votos contra 41% do Presidente cessante, Ibrahim Bubacar Keita (conhecido como IBK), numa tumultuosa conferência de imprensa em Bamako, durante a qual pediu "a formação de uma ampla frente democrática contra a fraude". 

Embora em várias ocasiões Cissé tenha declarado a "rejeição" dos resultados, que, considerou, "não são sinceros nem credíveis", o candidato não exprimiu com clareza se irá boicotar a votação de 12 de agosto. 

Participação aumenta

A comunidade internacional espera do vencedor uma revitalização do acordo de paz assinado em 2015 pelo Governo e pelos rebeldes tuaregues, cuja aplicação acumula atrasos.

Apesar deste acordo, a violência jihadista não só persistiu, mas também se espalhou do norte para o centro e sul do Mali, estendendo-se depois aos vizinhos Burkina Faso e Níger.

O empresário Aliou Diallo surge em terceiro lugar, com 7,95% dos votos e o ex-chefe do Governo de transição (abril-dezembro de 2012), Cheick Modibo Diarra, fica em quarto, com 7,46%, ainda assim muito à frente dos outros 20 candidatos.

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A participação foi de 43,06%, uma taxa bastante superior à média normalmente observada neste país da África Ocidental, que alberga cerca de vinte grupos étnicos, conhecidos pela sua influência cultural, mas onde menos de um terço dos maiores de 15 anos é alfabetizado.

Violência

Estas eleições ficaram também marcadas por uma série de alegados ataques jihadistas que interromperam a votação, principalmente em áreas rurais do centro, apesar da mobilização de mais de 30.000 membros de forças de segurança nacionais e estrangeiras.

Cerca de 700 mesas de voto das 23.000, principalmente no norte e centro do país, não puderam abrir devido a incidentes violentos, de acordo com o Governo, mas as missões de observação nacionais e internacionais saudaram o decorrer do escrutínio no resto do território.

Atualizado às 18:40 (CET)