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Malawi repatria refugiados moçambicanos e ruandeses

George Muhango
2 de julho de 2019

Refugiados provenientes de Moçambique e do Ruanda, que se encontram nos campos de Dzaleka e Luwani, começaram a ser repatriados, numa altura em que duplicou o número de refugiados no Malawi.

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Malawi Flüchtlinge aus Mosambik warten für Registrierung
Refugiados moçambicanos no Malawi, em 2016 (foto ilustrativa)Foto: Getty Images/AFP/E. Chagara

O Governo do Malawi e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estão encarregados de implementar o processo de repatriamento.

No último ano, duplicou o número de refugiados no país, passando de 12 mil para 25 mil. Esse número poderá aumentar por causa dos conflitos em curso na República Democrática do Congo (RDC), na Etiópia, na Somália e no Sudão.

No entanto, o Governo do Malawi diz que não pode atender a mais refugiados tendo em conta as limitações orçamentais nos campos de Dzaleka e Luwani.

James Bulamatanga, um ativista dos direitos humanos, disse à DW que está a trabalhar com o Governo do Malawi sobre como repatriar ou realojar os refugiados para reduzir os custos nos campos de acolhimento.

Refugiados Malawi - MP3-Stereo

"O campo de Dzaleka é de alguma forma uma solução temporária para os refugiados. A ideia em conjunto com o Governo do Malawi e o ACNUR, numa iniciativa com o Ministério do Interior e várias outras ONGs de desenvolvimento, é transferí-los para uma área mais proeminente, onde os refugiados possam tornar-se autossuficientes," diz o ativista.

Desejo é ficar

Soube a DW que muitos dos refugiados não querem regressar aos seus países de origem, depois de muitos anos a viver no campo de refugiados que agora chamam de lar e numa altura em que se fala na possibilidade de que alguns serão transferidos de Dzaleka, em Dowa, na região central do Malaui, para Karonga, um distrito próximo à Tanzânia.

"Porque eu deveria voltar para o meu país, quando tudo é perfeito aqui no Malawi? Tenho uma fazenda e sou casado aqui. Tenho cinco filhos. Isso [ter que retornar] é ruim. Não entendo. Estamos sendo forçados a nos mudar para Karonga," relata Peter Kagata e questiona: "Porque não podemos simplesmente ser naturalizados por meio de procedimentos formais?".

Muitos são os refugiados que também manifestaram o desejo de continuar no campo de Dzaleka, alegando ter melhores condições de vida e mais segurança.

"Quando saímos de Karonga para Dzaleka sabíamos que era um bom lugar, que tem mais proteção. Tenho apenas 22 anos e quero viver aqui onde temos boa qualidade de água", afirma Grace Bizimungo.

"Vivo neste campo. Também sou um refugiado como todo mundo que está aqui. Gostaria de continuar neste acampamento que tem muitos refugiados," apela o jovem Cédric.