Na manhã de quinta-feira (25.06), ainda sem resultados oficiais, já a oposição do Malawi reivindicava a vitória do seu candidato, Lazarus Chakwera, nas presidenciais.
De acordo com a emissora pública local MBC, só falta contar os votos de três dos 28 distritos do país. A emissora avança a vitória de Lazarus Chakwera a rondar os 60%, mas ainda não há resultados oficiais.
Ao final do dia, a Comissão Eleitoral disse aos jornalistas que serão necessários mais dois dias para anunciar o resultado da repetição das eleições de maio de 2019.
"Estamos a tentar ser o mais minuciosos possível. Esperamos ter os resultados finais dentro de 36 a 48 horas", afirmou o presidente da Comissão Eleitoral, Chifundo Kachali.
Votação histórica
Esta foi a primeira vez que o Malawi repetiu eleições. Fraudes durante as votações levaram o Tribunal Constitucional a anular o escrutínio anterior, ganho por Peter Mutharika, o Presidente em exercício desde 2014. Mutharika acusou o Supremo Tribunal de "golpe de Estado judicial", garantindo que não ocorreram irregularidades.
A votação irregular deu lugar a uma onda de protestos violentos, algo raro no Malawi.
Na terça-feira (23.06), depois de votar na capital, Chakwera disse aos seus apoiantes que não havia razão para recorrer à violência:
"Não há razão para recorrer à violência. Este é um país pacífico e todos precisamos de votar pacificamente. E precisamos todos de nos respeitar. E não precisamos de lutar. O voto em si é a luta de que necessitamos", exortou.
Combate à corrupção
Chakwera afirmou que, desta vez, acreditava numa eleição justa. O candidato fez do combate à corrupção um pilar central da campanha eleitoral.
"Penso que quero servir os malawianos com integridade e quero ser capaz de fazer do Malawi uma nação unida. E quero ser capaz de garantir que respeitamos o Estado de direito e somos capazes de lidar com o que nos empobreceu, que em certa medida é o roubo de fundos públicos e a corrupção."
Quem é Lazarus Chakwera?
Atualmente com 65 anos, o antigo pastor evangélico que presidiu a Assembleia de Deus do Malawi durante 24 anos, é doutorado em Teologia. O seu percurso académico passou pelo Malawi, África do Sul e Estados Unidos da América.
Desde 2013 que lidera o Partido do Congresso do Malawi, que governou o país de 1964 a 1994 sob o punho de ferro de Hastings Banda.
Políticos da oposição nos países vizinhos já felicitaram a Chakwera pela vitória, ainda não confirmada.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
1) Malam Bacai Sanhá, Presidente da Guiné-Bissau (2012)
Malam Bacai Sanhá morreu em 2012. Ele sofria de diabetes e morreu em Paris, aos 64 anos, menos de três anos depois de chegar ao poder. Sanhá tinha vários problemas de saúde.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
2) João Bernardo "Nino" Vieira, Presidente da Guiné-Bissau (2009)
João Bernardo "Nino" Vieira foi assassinado em março de 2009. Tinha 69 anos de idade. Esteve no poder durante mais de duas décadas. Tornou-se primeiro-ministro em 1978 e, em 1980, tomou a Presidência. Ficou no cargo até 1999, ano em que foi para o exílio. Regressou a Bissau em 2005 e venceu nesse ano as presidenciais.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
3) Mouammar Kadhafi, chefe de Estado da Líbia (2011)
Mouammar Kadhafi foi assassinado em 2011. Kadhafi, auto-intitulado líder da "Grande Revolução" da Líbia, foi morto por forças rebeldes em circunstâncias ainda por esclarecer. Estava no poder há 42 anos, desde um golpe de Estado contra a monarquia líbia em 1969, onde não houve derramamento de sangue. A sua liderança chegou ao fim com a chamada "Primavera Árabe".
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
4) Umaru Musa Yar'Adua, Presidente da Nigéria (2010)
Umaru Musa Yar'Adua morreu em 2010 aos 58 anos de idade. Morreu no seu país, vítima de uma inflamação do pericárdio – estava há apenas três anos no poder. Já durante a campanha eleitoral, Yar'Adua teve de se ausentar várias vezes devido a problemas de saúde. Depois de ser eleito, em 2007, a sua saúde deteriorou-se rapidamente.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
5) Lansana Conté, Presidente da Guiné-Conacri (2008)
Após 24 anos no poder, Lansana Conté morreu de "doença prolongada" aos 74 anos de idade. O Presidente da Guiné-Conacri sofria de diabetes e de problemas cardíacos. Conté foi o segundo chefe de Estado do país, de abril de 1984 até à sua morte, em dezembro de 2008.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
6) John Atta Mills, Presidente do Gana (2012)
John Atta Mills morreu de apoplexia em 2012. Tinha 68 anos. Atta Mills esteve apenas três anos no poder. Enquanto chefe de Estado, introduziu uma série de reformas sociais e económicas que lhe granjearam fama a nível local e internacional.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
7) Meles Zenawi, primeiro-ministro da Etiópia (2012)
Meles Zenawi morreu na Bélgica aos 57 anos de idade, vítima de uma infeção não especificada. Zenawi liderou a Etiópia durante 21 anos – como Presidente, de 1991 a 1995, e como primeiro-ministro, de 1995 a 2012. Foi elogiado por introduzir o multipartidarismo, mas criticado por reprimir violentamente os protestos do povo Oromo no norte da Etiópia.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
8) Omar Bongo, Presidente do Gabão (2009)
Omar Bongo morreu em Barcelona, Espanha, em junho de 2009, vítima de cancro nos intestinos. Bongo estava no poder há 42 anos e morreu aos 72 anos de idade. Foi um dos líderes que esteve mais tempo no poder e um dos mais corruptos. Bongo acumulou uma riqueza imensa enquanto a maior parte da população vivia na pobreza, apesar de o país ter grandes receitas de petróleo.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
9) Michael Sata, Presidente da Zâmbia (2014)
Michael Sata morreu no Reino Unido aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada. Após a sua eleição em 2011, circularam rumores sobre o estado de saúde do Presidente. As suas ausências em eventos oficiais alimentaram ainda mais as especulações, apesar dos seus porta-vozes garantirem que estava tudo bem.
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Dez líderes africanos que morreram em exercício
10) Bingu wa Mutharika, Presidente do Malawi (2012)
Bingu wa Mutharika morreu em 2012. Teve um ataque cardíaco e faleceu dois dias depois, aos 78 anos de idade. Esteve oito anos no poder e ganhou gama internacional devido às suas políticas agrícolas e de alimentação. A sua reputação ficou manchada por uma onda de protestos por ter gasto 14 milhões de dólares num jato presidencial.
Autoria: Silja Fröhlich, gcs