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Líbia: Governo anuncia estado de emergência

DPA | AP | EFE | Lusa | tms
2 de setembro de 2018

Medida é uma resposta aos combates violentos entre milícias, que há uma semana já mataram cerca de 40 pessoas em Trípoli. Comunidade internacional apela ao respeito do cessar-fogo negociado pela ONU.

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Foto: Reuters/H. Amara

Na Líbia, o Governo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou este domingo (02.09) um estado de emergência na capital Trípoli e nos arredores, já que os confrontos entre milícias já mataram pelo menos 39 pessoas, incluindo civis, nos últimos dias.

"Devido ao perigo da situação atual e para o bem dos cidadãos, o conselho presidencial declara o estado de emergência na capital, Trípoli, e em seus subúrbios para proteger civis, bens públicos e privados e as instituições", anunciou o Governo num comunicado.

Os confrontos começaram na semana passada entre grupos armados de Trípoli contra outros de uma cidade ao sul. Ambos disputam o poder na capital da Líbia. O Ministério da Saúde disse que os combates também feriram ao menos 96 cidadãos.

Na declaração deste domingo, o Governo pediu às milícias rivais que parem os combates e mantenham o cessar-fogo mediado pela ONU. No sábado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a "suspensão imediata das hostilidades" na Líbia e o respeito pelo acordo de cessar-fogo concluído sob o auspício da ONU.

Em comunicado, a organização diz condenar "a violência contínua em torno da capital da Líbia, incluindo os bombardeamentos indiscriminados usados por grupos armados, que matam e ferem civis, incluindo crianças".

Libyen Tripolis Kämpfe zwischen Milizen
Cenário de guerra em Trípoli nos últimos diasFoto: Reuters/H. Amara

Repúdio

Ainda no sábado, os Governos dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Itália repudiaram de forma conjunta os sangrentos combates entre milícias, já considerados os piores desde o ápice da guerra civil em 2014.

Em comunicado conjunto, os quatro países advertiram que as milícias deverão responder pelos próprios atos se atrapalharem os esforços que têm sido feitos para recuperar a estabilidade em um país vítima do caos e da violência desde que, em 2011, a NATO contribuiu para a vitória dos grupos rebeldes sobre a ditadura de Muamar al Kadafi.

"Essas tentativas de enfraquecer as legítimas autoridades da Líbia e afundar o processo político que era realizado não são aceitáveis. Exigimos que todos os grupos armados cessem imediatamente toda a ação armada. Advertimos àqueles que buscam minar a estabilidade, em Trípoli ou onde quer que seja, que terão que prestar contas por isso", afirmaram os países.

Estado de guerra

Desde a queda do regime de Muanmar Gaddafi, em 2011, que a capital líbia tem estado no centro de uma luta de influência entre milícias em busca de dinheiro e de poder.

As sucessivas autoridades de transição, entre as quais o GNA, foram incapazes de formar um exército e forças de segurança regulares, tendo sido obrigadas a contar com as milícias para assegurar a segurança da cidade.

Em maio, os protagonistas da crise líbia, Sarraj e o marechal Khalifa Haftar, que domina o leste da Líbia onde criou um autoproclamado exército nacional líbio (ANL), comprometeram-se em Paris a organizar eleições legislativas e presidenciais em dezembro.

No entanto, analistas consideram que a fragmentação do país, a insegurança e a ausência em Paris de alguns atores influentes tornam difícil o cumprimento daquele prazo.

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