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Líbia: Cessar-fogo em Tripoli durante a Festa do Sacrifício

AFP | Lusa | mjp
10 de agosto de 2019

Governo de Unidade Nacional e forças de Khalifa Haftar aceitam trégua apoiada pela ONU durante feriado muçulmano. Em Benghazi, no leste, dois funcionários da ONU morreram na explosão de um carro armadilhado.

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Libyen Kämpfe um Tripolis
Foto: Getty Images/AFP/M. Turkia

As forças do marechal líbio Khalifa Haftar concordaram este sábado (10.08) com uma trégua humanitária apoiada pela ONU em torno de Tripoli para o festival islâmico de Eid al-Adha. Segundo o porta-voz do marechal, Ahmad al-Mesmari, as suas forças "anunciam a suspensão de todas as operações militares…nos subúrbios de Tripoli". A trégua vigora até às 15h00 de segunda-feira (12.08).

As Nações Unidas tinham apelado ao GNA e ao autoproclamado Exército Nacional Líbio de Haftar para se comprometerem com uma trégua humanitária a partir da meia-noite de sexta-feira.

O Governo de Acordo Nacional (GNA) da Líbia, reconhecido pela ONU, já tinha afirmado, em comunicado, que estava disposto - a aceitar uma trégua na luta em torno da capital para o feriado de três dias que começa no domingo, para "aliviar o sofrimento dos cidadãos e permitir aos trabalhadores humanitários que cumpram a sua missão".

Libyen Bürgerkrieg
Soldado leal ao GNA em al-Sawani a sul de Tripoli, durante confrontos com forças de Haftar.Foto: AFP/M. Turkia

No entanto, listou várias condições, afirmando que o cessar-fogo tem de ser respeitado "em todas as zonas de combate, com a cessação do combate direto e indireto e do movimento de tropas". O GNA frisou também que a trégua tem de incluir "a proibição de voos e sobrevoos de reconhecimento" em todo o espaço aéreo nacional. O governo de unidade pediu ainda à missão de paz da ONU na Líbia, a UNSMIL, para "garantir a implementação da trégua e registar qualquer violação".

Ataque em Benghazi

Quase em simultâneo com o anúncio do Exército Nacional Líbio, este sábado, um veículo armadilhado explodiu junto a um centro comercial em Benghazi, no leste do país, matando dois funcionários da Missão de Apoio da ONU.

Responsáveis do setor da saúde na Líbia, citados pela agência noticiosa norte-americana Associated Press, que não quiseram ser identificados, precisaram que a explosão ocorreu no bairro de Hawari, junto ao centro comercial Arkan, onde muitos faziam compras um dia antes do feriado do Eid al-Adha.

LNA Chef Khalifa Haftar
Marechal Khalifa HaftarFoto: picture-alliance/ Balkis Press

Um responsável da segurança, que também não quis ser identificado, disse à agência France Presse que além daqueles dois mortos, o ataque causou "pelo menos oito feridos, entre os quais uma criança". Adiantou que a explosão ocorreu quando passava na zona uma caravana do pessoal da ONU na Líbia. O ataque ainda não foi reivindicado, segundo a AP.

Benghazi é o reduto das forças do marechal Khalifa Haftar, envolvidas desde o início de abril numa ofensiva para conquistar a capital do país, Tripoli, controlada pelo Governo de Acordo Nacional, apoiado pelas Nações Unidas.

Desde o início da operação militar foram mortas mais de mil pessoas, entre combatentes e civis, pelo menos 5.000 ficaram feridas e 100 mil líbios foram forçados a abandonar as suas casas.

A Líbia possui atualmente dois governos, o do leste tutelado por Haftar e apoiado militarmente pelo Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, França e Rússia, e o executivo de Fayez al-Sarraj instalado em Trípoli e reconhecido internacionalmente.

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