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Líbia: 300 pessoas resgatadas de embarcações sobrelotadas

Reuters | AFP | EFE | mjp
8 de janeiro de 2018

Com o grupo, a guarda costeira líbia recuperou este domingo os corpos de duas mulheres que tentavam atravessar o Mediterrâneo. Sobreviventes afirmam que há dezenas de desaparecidos.

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Operações de resgate de migrantes são cada vez mais frequentes no Mediterrâneo (fotografia de fevereiro de 2017)Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Palacios

Em declarações à agência de notícias AFP, a Marinha líbia não avançou as causas da morte das duas mulheres que deixaram a costa líbia na noite de sábado (06.01) num barco com 140 migrantes de várias nacionalidades. Outros 150 migrantes seguiam num segundo barco que estava prestes a naufragar quando a ajuda chegou ao local.

As operações de resgate tiveram lugar ao largo de Garabulli, a leste de Trípoli, onde as partidas se tornaram mais frequentes desde que grupos armados começaram a impedir a saída de embarcações de migrantes da costa a oeste da cidade.

Líbia: 300 pessoas resgatadas de embarcações sobrelotadas

Segundo o capitão da guarda costeira líbia, El Hady, os sobreviventes já estão a receber assistência médica: "A guarda costeira resgatou entre 250 a 270 mulheres, crianças e homens. Foram resgatados ao largo de Garabulli. Estão a receber assistência médica e serão enviados para centros de apoio."

No sábado, pelo menos 25 pessoas morreram no naufrágio de outro barco que transportava cerca de 150 migrantes, de acordo com duas organizações de ajuda humanitária. As autoridades italianas, que conduziram as operações de socorro ao largo da costa líbia, confirmaram a morte de oito pessoas e anunciaram que 84 foram resgatadas.

Guerra e pobreza

No ano passado, quase 3.200 pessoas morreram na travessia do Mediterrâneo para chegar à Europa, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Também em 2017, segundo a OIM, mais de 170 mil migrantes e refugiados do norte africano chegaram à Europa pela mesma travessia - menos 53% do que em 2016.

A maioria dos migrantes foge da guerra no Médio Oriente e da pobreza em África. Os nigerianos tornaram-se recentemente o maior grupo entre os migrantes africanos que viajam para a Líbia na esperança de chegar à Itália por via marítima.

No entanto, desde que a guarda costeira líbia e grupos armados começaram a travar as saídas de migrantes, muitos estão retidos no país em condições desumanas.

Nigera Flüchtlingsrückführung aus Libyen
Primeiros migrantes nigerianos voltaram voluntariamente ao seu país no início de dezembroFoto: Getty Images/AFP/P. U. Ekpei

Nigéria começou repatriamento de cidadãos

No sábado, durante uma visita a Trípoli, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Geoffrey Onyema, anunciou que o Governo deu início às operações para retirar milhares de cidadãos nigerianos da Líbia.

"O nosso Presidente disponibilizou todos os recursos necessários para repatriar todos os nigerianos na Líbia. Estamos a falar de cerca de 5.500 pessoas, mas os números são uma questão problemática. Vamos trabalhar com as autoridades líbias e a Organização Internacional para as Migrações para ter números exatos", assegurou o ministro nigeriano.

A OIM intensificou nos últimos meses o programa de "regressos voluntários" para repatriar migrantes de diversos países. A Nigéria junta-se agora ao Níger na organização dos regressos bilaterais.

De acordo com Onyema, "o principal objetivo é levar estes cidadãos nigerianos para casa o mais rapidamente possível".

"Esperamos começar este sábado o processo de repatriamento. Temos dois aviões a chegar e deveremos retirar 800 nigerianos este sábado", disse o governante, ressaltando que "os aviões continuarão a chegar até que todos sejam repatriados".