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Isabel dos Santos estaria a negociar devolução de dinheiro

cvt
1 de fevereiro de 2020

Segundo informação divulgada pelo jornal português Expresso, conversações para permitir o pagamento ao Estado angolano em troca do fim das acusações terão sido iniciadas esta semana.

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Isabel dos Santos angolanische Investorin
Isabel dos SantosFoto: Reuters/T. Melville

De acordo com a notícia publicada, na noite de sexta-feira (31.01), pelo jornal português Expresso, a empresária angolana Isabel dos Santos estará disponível para negociar com Angola o levantamento do arresto dos seus bens, possibilidade que o jornal diz ter sido confirmada por fonte ligada à filha do ex-Presidente de Angola.

O Expresso escreve ter apurado que "os advogados de Isabel dos Santos iniciaram inclusive conversações com a Procuradoria-Geral da República de Angola para tentarem chegar a um acordo".

A notícia assegura ainda já ter havido "reuniões formais nesse sentido, que o procurador-geral da República avaliou com alguma cautela".

O Expresso cita Hélder Pitta Gróz a dizer ser este "um sinal ainda ténue", referindo-se ao movimento da filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, esta semana, no sentido de "obter um acordo que envolva a devolução de dinheiro ao Estado angolano como contrapartida para o fim do arresto das contas e bens".

"Esta iniciativa, que configura uma mudança de estratégia por parte de Isabel dos Santos, foi feita por um reputado advogado inglês por intermédio do escritório de advocacia do angolano Sérgio Raimundo", lê-se ainda na notícia publicada pelo jornal português.

"Luanda Leaks": Entenda as denúncias sobre Isabel dos Santos

Autoridades policiais internacionais não foram acionadas

O procurador-geral da República (PGR) de Angola disse, na sexta-feira (24.01), em entrevista à agência Lusa, que poderá recorrer à Interpol, Europol e a outros tipos de cooperação internacional, para as investigações de processos em curso ou que possam surgir, mas que ainda não o teria feito.

"Quando há necessidade de recorrer à cooperação internacional temos que usar todos os instrumentos legais que existem e, portanto, Interpol, Europol e tudo o que for necessário iremos utilizar", afirmou à Lusa Helder Pitta Grós.

Garantiu, entretanto, que não recorreu a essas autoridades policiais: "Neste momento, ainda não o fizemos", mas "quando for necessário faremos isso".

Revelações do Luanda Leaks

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no dia de 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de "Luanda Leaks", que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.

A investigação revela ainda que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no EuroBic Lisboa, banco de que Isabel dos Santos é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária da petrolífera angolana. 

A empresária angolana já refutou o que descreveu como "alegações infundadas e falsas afirmações" e anunciou que vai avançar com ações em tribunal contra o consórcio de jornalistas que divulgou a investigação "Luanda Leaks".

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