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Insurgência em Cabo Delgado: Professores reclamam apoios

7 de agosto de 2020

Professores refugiados em Pemba devido à insurgência pedem para também se beneficiarem da ajuda humanitária dada aos deslocados internos. E sugerem ao Governo a sua reinserção em escolas de áreas mais seguras.

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Mosambik Vertriebene Lehrer | Cabo Delgado-Konflikt  (DW/D. Anacleto)
Professores deslocados num encontro com o governdor de Cabo Delgado, Valigy TauaboFoto: DW

Cerca de quinhentos professores que saíram das zonas onde exerciam as suas atividades devido aos ataques armados, em Cabo Delgado, atualmente refugiados na capital provincial, Pemba, queixam-se de exclusão nas ações de apoio que têm sido prestadas aos deslocados intrnos.

Segundo eles, a justificação dada pelas estruturas dos bairros, onde atualmente estão hospedados, é de que, diferentemente dos outros deslocados, estes auferem salário por serem funcionários do Estado.  

A reclamação foi apresentada esta sexta-feira (07.08), num encontro que mantiveram com o governador da província, Valigy Tauabo. Edgar Ali é professor em Mocímboa da Praia, mas devido às incursões dos insurgentes teve de se fixar temporariamente, com a sua família em Pemba. 

"Nós não estamos bem porque somos isolados na distribuição dos donativos. Uma vez que nós perdemos tudo o que tínhamos lá, com o salário que temos tentamos nos reerguer. Saímos de lá somente com as roupas do corpo”, lamenta.

Governador pede solidariedade para com os professores

Mosambik Valigy Tauabo
Valigy Tauabo, governador de Cabo DelgadoFoto: DW/D. Anacleto

Valigy Tauabo anotou e prometeu averiguar a preocupação dos professores. Ao mesmo tempo que pediu solidariedade a todos os moçambicanos para prestarem o seu apoio a este grupo de trabalhadores.  

"Em situações iguais a estas, nós os moçambicanos sempre nos damos a mão. Temos aqui uma classe de educadores dos nossos filhos e que estão nesta situação de deslocados necessitam de amparo e apoio de todos nós”, disse o governador.

Durante o encontro, os profissionais relataram também de situações de perda de colegas e familiares como consequência de investidas dos insurgentes nas aldeias onde trabalhavam.

A estes, Tauabo deixou ficar uma palavra de conforto: "Queremos solidarizar-nos com as famílias enlutadas, famílias que perderam os nossos colegas professores”.

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E numa altura em que se fala em retoma de aulas, Gonçalves Fernando - um dos professores deslocados - fez um apelo: "Pedimos ao Governo para que nos enquadre noutros sítios [escolas] enquanto ao nível central estão a organizar os nossos distritos" e propõe ainda o seguinte: "Quando as condições estiveram criadas haveremos de voltar para o nosso local de trabalho. Neste momento temos de ser enquadrados aqui onde estamos localizados geograficamente”.

Respondendo, Valigy Tauabo assegurou que o setor da educação estuda a possibilidade de reinserção destes profissionais deslocados em escolas de zonas onde se encontram atualmente.

"Enquanto, não se restabelece essa tranquilidade nós também não podemos ficar em casa sem estar a fazer nada. Estamos a fazer um estudo de como é que vamos integrar os colegas quando chegar o momento de retoma das aulas poderem estar em algum estabelecimento de ensino e isso está em curso”, revelou o governador de Cabo Delgado.

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