Como tem acontecido em todas as províncias moçambicanas, multiplicam-se as promessas eleitorais. O candidato da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Filipe Nyusi, que concorre à reeleição, esteve nos últimos dias em campanha nos distritos de Vilankulos, Massinga, cidade de Inhambane, Maxixe e Zavala.
Nos vários comícios realizados, Nyusi reforçou a ideia da inclusão de toda a sociedade nos benefícios provenientes da exploração dos recursos minerais e de outras oportunidades que o país possui. Mas acrescentou que para isso acontecer é preciso não haver discriminação.
"Oferecer oportunidades e acesso a bens e serviços a todos sem discriminação, sem ver para a cor partidária, a religião, as condições físicas, se estudou ou não estudou, qual é a etnia a que pertence. Isto não faz parte da filosofia da FRELIMO", disse.
Melhores condições de vida
Ossufo Momade, que concorre pela primeira através do maior partido da oposição, a Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), disse esta segunda-feira (23.09) que o seu manifesto eleitoral visa mais dar emprego aos jovens e criar melhores condições de atendimento, com profissionais da saúde qualificados a trabalhar nos hospitais públicos, de modo a não deixarem os doentes à sua sorte e que muitas vezes acabam perdendo a vida por falta de tratamento adequado.
"A RENAMO vai criar boas condições de vida, vai mudar a vossa situação financeira. Prometemos aqui que vamos poder ter médicos e enfermeiros que possam assistir da melhor forma os nossos pacientes", sublinhou Momade.
Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que foi impedido no sábado (21.09) de levar cabo a sua campanha em três distritos da província, apresentou em Maxixe o seu manifesto de caça ao voto. Promete acabar com a intolerância no sistema da justiça, porque muitos criminosos envolvidos na corrupção e roubos não são julgados pelos tribunais. "Queremos que a nossa justiça esteja livre dos partidos políticos", disse.
Na província de Inhambane, concorrem à Assembleia da República 25 partidos, mas a maioria ainda não saiu às ruas em campanha devido a limitações financeiras.
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Campanha eleitoral em Moçambique: Província a província
Niassa: Província lembrada em período de campanha
Em época de conquistar os eleitores a oposição lembra-se que esta província do norte é marginalizada. O potencial agrícola também é chamado nos discursos dos partidos políticos. Os eleitores dizem que basta de promessas não cumpridas e manifestam desejo de ver a província, considerada esquecida, desenvolvida.
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Campanha eleitoral em Moçambique: Província a província
Cabo Delgado: Campanha em palco de ataques armados
Há mais de dois anos que esta província do norte é alvo de ataques armados organizados por homens até ao momento sem face. Caça ao voto em solo molhado de sangue e clima de terror não é com certeza a todo vapor. Mas os partidos, em áreas seguras, seguem com suas promessas. Na terra do futuro, pois alberga uma das maiores reservas de gás do mundo, os jovens exigem emprego.
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Campanha eleitoral em Moçambique: Província a província
Nampula: Tragédia em comício da FRELIMO
Mais de 10 mortos e 85 feridos foi o saldo do evento de campanha da FRELIMO no estádio 25 de junho. Mesmo assim a FRELIMO e o seu candidato não interromperam a caça ao voto, num gesto de luto. Mas reagiu imediatamente, prometendo entre outras coisas o acompanhamento aos familiares das vítimas. Aguarda-se pelo apuramento das responsabilidades. Desconfia-se que aspetos de segurança tenham falhado.
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Campanha eleitoral em Moçambique: Província a província
Zambézia: Ato macabro mancha caça ao voto
Nesta província a mobilização do eleitorado é grande, por isso a festa também é em grande. E é com a mesma proporção que desponta a violência eleitoral. Até ao momento o incêndio criminoso da casa da mãe do candidato da RENAMO às provinciais, Manuel de Araújo, é a maior mancha do processo na província central. A RENAMO acusa a FRELIMO de autoria, mas o partido no poder nega.
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Campanha eleitoral em Moçambique: Província a província
Tete: Desenvolvimento é a tónica de campanha
Os dois principais partidos, FRELIMO e RENAMO, contam promover o desenvolvimento da província central usando os recursos que a região oferece. Já o MDM dá ênfase à saúde.
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Campanha eleitoral em Moçambique: Província a província
Manica: Proximidade com o eleitor
Tal como em todo o país, as regras de afixação de cartazes eleitorais não são respeitadas nesta província central. Mas esta não é a única forma de propaganda usada pelas formações políticas, como é habitual, os candidatos vão ao encontro do eleitor com os panfletos nas mãos.
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Sofala: Ciclone Idai faz mudança climática ser prioridade
O Idai atingiu duramente a província central em meados de abril. Até hoje o país não se refez completamente das suas consequências. O evento está a ser aproveitado para conseguir votos. Os partidos estão a prometer a um eleitorado recém afetado medidas para minimizar os impactos das alterações climáticas.
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Inhambane: As ameaças de ex-guerrilheiros da RENAMO
É em época de caça ao voto que os guerrilheiros da RENAMO acantonados na base de Matokose, nesta província do sul, fazem ameaças. Justificam que estão descontentes com a sua liderança. Garantem que têm muito armamento, que deveria ter sido entregue às autoridades até o 21 de agosto. É neste contexto que os partidos vão trabalhando junto do eleitorado.
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Gaza: Campanha sob o espectro da desconfiança de fraude
A caça ao voto nesta província do sul acontece mesmo sem que o caso da disparidade de números de eleitores apresentados pelo INE e STAE tenha sido resolvido. A suspeição em relação à Gaza é grande. Neste bastião da FRELIMO, onde a oposição costuma ser alvo de violência, as ações de campanha decorrem até agora com tranquilidade.
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Campanha eleitoral em Moçambique: Província a província
Maputo: Promessas ajustadas ao eleitor urbano
Redução do IVA e combate à corrupção são algumas das promessas da oposição nesta província do sul. As fraquezas do Governo da FRELIMO têm servido, até certo ponto, de armas para a RENAMO e MDM nesta campanha. Também promessas de mais emprego para uma região densamente povoada por jovens não faltam. Já a FRELIMO prefere continuar a apostar, entre outras coisas, na continuidade.
Autoria: Nádia Issufo