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Imprensa alemã comenta "boom" económico em África e destaca petróleo angolano

6 de julho de 2012

Angola, Uganda, Mali, Congo - são estes os países africanos que maior destaque mereceram, ao longo da semana, na imprensa alemã.

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Themenbild Presseschau
PresseschauFoto: Fotolia

O jornal de assuntos económicos, Financial Times Deutschland, publicou no dia 5 de Julho, um longo artigo sobre o petróleo angolano, intitulado "boas perspetivas para o eldorado petrolífero africano". "As multinacionais do petróleo estão animadas com as perspetivas em Angola depois da descoberta de novas e enormes reservas em águas angolanas. Vão ser negócios chorudos, apesar dos riscos técnicos, dos investimentos avolumados e da corrupção existente a nível político." E o jornal aprofunda a ideia: "A produção de crude vindo das profundezas do mar é muito cara e comporta muitos perigos. Lembremo-nos da catástrofe ambiental ocorrida na plataforma da BP, no golfo do México. Ali o petróleo encontrava-se também numa enorme profundidade de perto de 5 quilómetros. Os investimentos são enormes: fala-se em mais de 100 mil milhões de dólares, só por parte da BP; isso se o preço do barril se mantiver acima dos 80 dólares. Muito desse dinheiro irá desaparecer em canais escuros, pois Angola é um dos países mais corruptos do mundo, segundo o ranking da organização Transparência Internacional."

Plataforma de petróleo em "offshore", Angola
Plataforma de petróleo em "offshore", AngolaFoto: AP

A nova classe média africana: o exemplo ugandês

A revista Der Spiegel debruça-se também sobre o "boom" económico que se regista nos países a sul do Saará, salientando o caso do Uganda. O Der Spiegel escreve que os países africanos já não se restringem a exportar matéria prima para os paises desenvolvidos, com destaque para o petróleo. O Der Spiegel desceve - sim - os comportamentos de consumo de uma "nova classe média, cada vez mais autoconfiante." Um dos exemplos descritos pela revista é o caso da designer de moda ugandesa, Sylvia Owori: "Sylvia Owori é a estilista mais bem sucedida da África Oriental. É dona de várias boutiques em Kampala e Nairobi, capital do Quénia. É também dona de uma agência de modelos que são contratadas pelas grandes marcas em Paris e Roma. Ela diz que quer homenagear a beleza africana. E a novidade é que em África existem muitas pessoas com dinheiro suficiente para comprar a sua moda." O Der Spiegel conclui: "A economia africana desenvolve-se a um ritmo comparável ao da Ásia. 5 dos paises que mais cresceram neste ano, são africanos. Matérias primas, como petróleo, gás e minérios, continuam a ter uma grande importância, mas o setor dos serviços ganha cada vez mais peso."

Tombuktu - partimónio da humanidade em risco

Monumentos históricos e religiosos na cidade de Tombuktu
Monumentos históricos e religiosos na cidade de TombuktuFoto: Getty Images

O diário die Tageszeitung comenta de forma detalhada a destruição, por fundamentalistas islâmicos, de monumentos históricos e religiosos na cidade de Tombuktu, no norte do Mali, atos que segundo o matutino, podem ser considerados crimes de guerra. "O mundo está estupefacto", escreve a jornalista do die tageszeitung: "Os mausoleus são património da humanidade, reconhecido pela Unesco. São santuários pertencentes a esta cidade mítica do deserto, que atrai muitos turistas, imprescindíveis para a economia maliana. Mas os islamistas do Ansar Dine não admitem qualquer erro. Continuam impávidadmente a sua obra destrutiva."

O Uganda é um dos países africanos com crescimento económico. Na foto: comerciante em Kampala
O Uganda é um dos países africanos com crescimento económico. Na foto: comerciante em KampalaFoto: DW

Congo: O leste continua instável e o Ruanda é parte interessada

Passemos à República Democrática do Congo, onde recrudesceram os confrontos entre as forças governamentais e rebeldes no leste do país. O die Tageszeitung refere que o Ruanda é parte ativa neste conflito, apoiando certos grupos rebeldes, ao mesmo tempo que apoia também as tropas governamentais congolesas. Citamos: "A rebelião do grupo M23, liderada por generais tutsis, é apoiada com armas e soldados ruandeses. Por outro lado, agentes dos serviços secretos ruandeses também apoiam as forças governamentais congolesas, nos seus confrontos com as milícias hutu ruandesas da FDLR. Realizam-se mesmo encontros regulares entre representantes militares dos dois paises, com o objetivo de coordenar as ações contra a FDLR."

O leste da República Democrática do Congo continua instável. Na foto: campo de refugiados em Goma Wer hat das Bild gemacht/Fotograf?: simone schlindwein Wann wurde das Bild gemacht?:12.6.2012 Wo wurde das Bild aufgenommen?: Kitchanga, Ostkongo
O leste da República Democrática do Congo continua instável. Na foto: campo de refugiados em GomaFoto: Simone Schlindwein

Autor: António Cascais
Edição: António Rocha

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