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Guiné-Bissau prossegue angariação de ajuda para as presidenciais

3 de fevereiro de 2012

A Guiné-Bissau procura ativar o seu “plano B” na angariação de ajuda para as próximas presidenciais, uma vez que as respostas da comunidade internacional não são muito satisfatórias. E já há mais candidatos às eleições.

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CNE garante que nem a falta de dinheiro impedirá a realização de eleições
CNE garante que nem a falta de dinheiro impedirá a realização de eleiçõesFoto: picture-alliance/dpa

O governo da Guiné Bissau reuniu-se esta quinta-feira (02.02) com os seus parceiros de desenvolvimento para lhes pedir cerca de quatro milhões para a realização das eleições presidenciais do próximo dia 18 de março, na sequência da morte de Malam Bacai Sanhá. A lei do país prevê a realização de eleições 60 dias depois da morte do presidente. Este imprevisto, porém, implica uma ginástica orçamental para as já magras finanças de Bissau.

A resposta que saiu do encontro com os parceiros internacionais também não foi muito satisfatória, afirma o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Desejado Lima da Costa. “Os resultados do encontro e da mesa-redonda foram um pouco exíguos”, revela, explicando que, por isso, estão a ser “obrigados a trabalhar num plano B envolvendo o governo”, para encontrar uma solução de emergência que possa sustentar toda a operação eleitoral em curso.

“Vamos ter uma rutura do stock financeiro a partir do dia 10”, dia em que o Supremo Tribunal vai fechar a data das candidaturas ao cargo de presidente da República, esclarece Desejado Lima da Costa. Apesar de não adiantar pormenores sobre o referido “plano B”, uma vez que o mesmo ainda está em discussão com o governo, está certo de que “não é por falta de dinheiro, apesar de existir essa ameaça, que a Guiné-Bissau não fará as eleições no dia 18 de março”.

Ajuda da União Europeia

Outro fato que contribui para a fraca resposta da comunidade internacional aos apelos da Guiné-Bissau é a crise financeira e económica que atinge uma boa parte das nações, acredita o presidente da Comissão Nacional de Eleições. Por causa disso as missões de observação eleitoral poderão ser afetadas. “Provavelmente isso também se irá sentir numa outra dimensão, relativamente aos observadores”, diz o presidente da CNE. A União Europeia (UE) costuma enviar mais de cem observadores elitorais, mas por causa das medidas de contenção que se impõem a toda a Europa comunitária, esse número deverá diminuir, acredita Lima da Costa.

Esta sexta-feira (03.02) a UE anunciou que disponibilizará 300 mil euros para apoio imediato às presidenciais antecipadas. O delegado do bloco europeu em Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay, citado pela Rádio Nacional, também prometeu mais fundos posteriormente, embora não tenha indicado a quantia ou a data da entrega.

Henrique Rosa candidata-se às presidenciais “por amor à terra”
Henrique Rosa candidata-se às presidenciais “por amor à terra”Foto: DW

Processo eleitoral continua

Entretanto, o processo eleitoral prossegue. A CNE garante que está praticamente concluída a primeira fase, que diz respeito à abertura de sedes da Comissão Eleitoral, à locação de recursos financeiros e logísticos, às candidaturas que terminam no próximo dia 10 e à emissão da segunda via de cartões de eleitor. Na fase seguinte terá início a campanha eleitoral, a acreditação dos observadores enquanto a terceira fase será a da votação. Depois disso, se for o caso, deverá ser anunciada a segunda volta eleitoral.

Paralelamente a estas movimentações vão surgindo vários candidatos. Henrique Rosa, que já foi presidente interino do país e candidato derrotado em 2009, fez saber, esta sexta-feira, que vai entrar na corrida, “por amor à pátria”. E perante as dificuldades que o país atravessa, o empresário defende que “alguém que nunca tenha pertencido ao sistema, ao regime, pode ser útil”. Outro dos seus objetivos é deixar um legado aos filhos, aos netos e ao povo guineense.

Quem também já anunciou que quer entrar na cena política do país é Domingos Simões Pereira, presidente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). No entanto, já não vai a tempo de entrar nesta corrida, pois o seu segundo e último mandado na CPLP termina em Julho próximo. Resta-lhe, assim, a possibilidade de participar nas legislativas. Espera-se também que Kumba Ialá, que já foi presidente, se candidate em breve.

Autora: Nádia Issufo
Edição: Madalena Sampaio/António Rocha

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