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Guiné-Bissau: Dez feridos em incidente na véspera do pleito

Lusa | Braima Darame (Bissau) | nn
9 de março de 2019

No sábado (09.03), um conjunto de jovens cercou o edifício onde estava alojado o primeiro-ministro, Aristides Gomes, em Gabú, acusando-o de comprar votos. Grupo foi disperso por forças de segurança. Há 10 feridos.

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Guinea-Bissau Wahlen
Foto: picture-alliance/dpa/M. Cruz

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário Silva, pediu este sábado (09.03) aos atores políticos que respeitem a ordem democrática, horas depois de incidentes em Gabú terem causado dez feridos, segundo a organização não-governamental.

No sábado de manhã, véspera das eleições legislativas, junto ao hotel onde estava alojado o primeiro-ministro, um conjunto de jovens cercou o edifício, acusando Aristides Gomes de estar a comprar votos. O grupo acabou dispersado pelas forças de segurança.

Depois deste incidente, o líder da Liga apelou ao civismo e pediu "calma" aos partidos políticos, que devem manter uma "postura de cidadania". "Manifestamos a nossa preocupação com o incidente de Gabú e esperamos que seja um episódio isolado que não tenha reflexos noutros pontos do território e no processo eleitoral em si", afirmou Augusto Mário Silva, que pediu também aos políticos que evitem no dia de reflexão antes das legislativas ações que possam "configurar atos de campanha eleitoral".

Também este sábado o chefe da missão de observadores da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) agendou um concordou um encontro com os 21 partidos candidatos às legislativas de domingo, mas apenas estiveram presentes os líderes do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) e da Frente de Salvação Nacional (Frepasna).

Guinea-Bissau Bafatá - Wahlkampf beginnt in Guinea-Bissau
Mais de 761 mil eleitores são chamados às urnas no domingo (10.03) para escolher entre 21 partidosFoto: DW/B. Darame

Observadores pedem sufrágio pacífico

Mohamed Ibn Chambas, representante da Organização das Nações Unidas para a Africa Ocidental e o Sael (UNOWAS), Luiz Villarinho Pedroso, chefe da missão da CPLP, e Rafael Branco, líder da missão de observadores da União Africana, estiveram reunidos com José Mário Vaz na sexta-feira.

Mohamed Ibn Chambas disse que esta é a oportunidade ideal para a Guiné-Bissau "mostrar que é capaz de organizar eleições pacíficas”.

Também Rafael Branco salientou que a União Africana espera um sufrágio "justo, livre e transparente”.

Campanha eleitoral terminou na sexta-feira

O Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau encerrou a campanha para as legislativas na sexta-feira (08.03), em Bissau, com os dirigentes a pedirem a maioria qualificada para evitar que o Presidente "roube" a vitória do partido. Milhares de apoiantes do PAIGC encheram o estádio Lino Ferreira, no centro da capital. No domingo, o objetivo é a "maioria qualificada", disse o vice-presidente do PAIGC, Cipriano Cassamá, que é também presidente do parlamento

Já os apoiantes do Partido da Renovação Social (PRS) garantiram que o partido vai conseguir 99 deputados, mas o líder, Alberto Nambeia contenta-se com 72. "Não podemos fazer isso em democracia. Eu contento-me com 72 deputados e é o que vamos tirar", disse Nambeia.

Já Nelson Inbana, líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), diz que a sua formação política é "o único partido que pode resgatar o país”. A APU-PDGB pediu "mudança" para o país, junto ao porto do Pidijguiti, onde em agosto de 1959 dezenas de marinheiros foram mortos enquanto reivindicavam melhores condições de vida.

O líder do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) disse, no último dia da campanha eleitoral, que o seu partido está em condições de ser uma alternativa credível. "O Madem vai ser uma surpresa histórica e estamos em condições de ser uma alternativa credível", garantiu Braima Camará.

 A Guiné-Bissau realiza no domingo (10.03) eleições legislativas, procurando pôr fim a um impasse político que dura desde 2015, quando Presidente demitiu o governo do PAIGC, que tinha maioria no parlamento. Mais de 761 mil eleitores são chamados às urnas para escolher entre 21 partidos.

Guiné-Bissau: Observadores pedem eleições pacíficas

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