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Guiné-Bissau quer resolver impasse com ajuda

Braima Darame, de Bissau14 de setembro de 2015

A equipe de líderes africanos pode chegar terça-feira (15.09) a Bissau com a missão de encontrar uma saída para a crise. As opiniões se divergem. Mas o Tribunal Superior já decidiu.

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Foto: DW/T. Camará

A equipe do “grupo de contacto para a Guiné-Bissau”, liderada pelo antigo Presidente da Nigéria Olusegun Obansanjo, deverá chegar à capital guineense (Bissau) entre esta terça e quarta-feira (15 e 16.09.2015). A intenção é entabular conversações com os diversos atores políticos e sociais guineenses para encontrar uma saída para a crise política, na qual o país africano está mergulhado há algumas semanas, desde que o Presidente José Mário Vaz, demitiu o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira contra a vontade do próprio partido político, do qual ambos fazem parte.

A tarefa foi dada

O país espera ansioso pela chegada da delegação do “grupo de contacto para a Guiné-Bissau”, criado na cimeira extraordinária da CEDEAO (Comunidade de Estados da África Ocidental), em Dacar. Da equipa de mediadores fazem parte também um representante do Governo do Senegal e outro da Guiné-Conacri.

Na qualidade de presidente do “grupo de contacto” da organização sub-regional para a Guiné-Bissau, Obasanjo foi incumbido da tarefa de "usar todas as medidas" para que a paz volte a reinar no país lusófono.

Satisfeito com os resultados da cimeira, o Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, disse que só serão conhecidos os seus próximos passos quando chegar a Bissau a delegação da CEDEAO: “O grupo deverá iniciar em breve os trabalhos para que haja uma solução”, disse. À imprensa, ele reforçou que não pode avançar mais informações, que o melhor mesmo é aguardar a equipe estrangeira.

O plano

Os chefes de Estado da CEDEAO presentes na cimeira de Dacar recomendaram que a Constituição guineense seja revista para que sejam evitados futuros conflitos de interpretação dos poderes dos órgãos de soberania.

Geberkonferenz von Guinea-Bissau in Brüssel José Mário Vaz
Presidente guineense José Mário Vaz nomeou outro primeiro-ministro sem falar antes com o seu partidoFoto: DW/M. Sampaio

Ouvidio Pequeno, representante da União Africana em Bissau, acredita que agora estão criadas as condições para que a crise política guineense seja ultrapassada.

À DW África, ele disse que existe a necessidade de um compromisso “pelo respeito por um Estado de direito” e acredita que agora se tenham os ingredientes essenciais para sair da crise.

Os fatos

O PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), partido no poder, liderado pelo primeiro-ministro demitido, Domingos Simões Pereira, acredita que os chefes de Estados da CEDEAO não discutiram a questão fundamental da crise.

Segundo Califa Seide, líder da bancada parlamentar do PAIGC, os estadistas não refletiram sobre o acordo do Supremo Tribunal da Justiça que invalidou os decretos do Presidente guineense de demitir o primeiro-ministro eleito Domingos Simões Pereira, tendo nomeado para o cargo Baciro Dja.
Para o PAIGC, o acordo não é negociável. “A lei deve ser aplicada”, ressaltou Califa Seide, referindo-se à abolição das mudanças feitas pelo Presidente da Guiné-Bissau, como a troca de primeiro-ministro.

Geberkonferenz von Guinea-Bissau in Brüssel Domingos Simoes Pereira
Primeiro-ministro Domingos Simoes Pereira foi demitido pelo Presidente da Guiné-BissauFoto: DW/M. Sampaio

Também o Movimento Nacional da Sociedade Civil, pela voz do Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário, não quer que a decisão do Supremo Tribunal seja negociada. É preciso respeitar a Constituição e as decisões judiciais, destacou.

As atitudes tomadas

Para a CEDEAO, as partes devem respeitar os princípios de um Estado de direito e desta forma levar o país à estabilidade e promover o desenvolvimento.

A cimeira dos chefes de Estado decidiu prolongar a permanência da ECOMIB (o contingente militar da África Ocidental para a manutenção da paz na Guiné-Bissau) por mais seis meses, até junho de 2016. A missão deveria terminar em dezembro deste ano, mas devido à atual situação foi preciso mudar os planos.

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