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Guiné Equatorial eleita para o Conselho de Segurança da ONU

Lusa | gs
3 de junho de 2017

Organizações de direitos humanos como a Human Rights Watch e a Transparency International manifestaram-se preocupadas com o novo membro não permanente daquele órgão.

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Foto: picture alliance/dpa/L. R. Lima

Com 185 votos, entre os 193 membros da Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas, a Guiné Equatorial foi eleita, na sexta-feira (02.06), para assumir um mandato de dois anos como membro não-permanente do Conselho de Segurança.

Costa do Marfim, Polónia, Kuwait e Peru foram os outros países eleitos. Todos assumem a posição a 1 de janeiro de 2018.

Preocupada com a eleição, a Human Rights Watch denunciou que a Guiné Equatorial continua a ser país de "corrupção, pobreza e repressão", sob o poder de Teodoro Obiang Nguema, na presidência desde 1979.

Äquatorial-Guinea Teodoro Obiang Nguema
Teodoro Obiang Nguema governa com mão de ferro a Guiné Equatorial desde 1979Foto: Getty Images/AFP

As vastas reservas de petróleo do pequeno Estado, membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), "financiam os estilos de vida opulentos de uma pequena elite que rodeia o Presidente, enquanto uma grande parte da população continua a viver na pobreza", sublinhou a organização de defesa dos direitos humanos.

Em reação, o representante da ONU para a Human Rights Watch, Louis Charbonneau lembrou que a Guiné Equatorial "tem perseguido os defensores dos direitos humanos e grupos civis, muitas vezes fazendo detenções arbitrárias".

"Numa altura em que o Conselho de Segurança cada vez mais expande a promoção dos direitos humanos, esperamos que a Guiné Equatorial não venha tentar travar ou minar isso", acrescentou Louis Charbonneau.

Já a Transparency International salientou que ajudou a que fosse apresentado em França um caso de corrupção contra o filho do Presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, um dos vice-presidentes do país, que se espera comece em breve a ser julgado.

Guiné Equatorial agradece CPLP

O embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa agradeceu o apoio dos restantes membros da CPLP na eleição como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. 

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A Guiné Equatorial, o único falante de espanhol em África, aderiu à CPLP em 2014Foto: Alexander Joe/AFP/Getty Images

"O embaixador Tito Mba Ada destaca e agradece o apoio dado a esta candidatura pelos Estados-membros da CPLP e por outros Estados amigos de todo o mundo", lê-se num comunicado divulgado pela missão da Guiné Equatorial junto da CPLP, com sede em Lisboa. 

O diplomata manifestou-se confiante de que a atuação da Guiné Equatorial naquele órgão se "pautará por um estreito cumprimento das regras que sustentam o funcionamento daquela organização".

O Conselho de Segurança da ONU é constituído por 15 membros, cinco permanentes com direito de veto (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) e dez não permanentes, eleitos para mandatos de dois anos. Os lugares são atribuídos por região, e os grupos regionais nomeiam candidatos. Todos os anos, são eleitos cinco países por voto secreto.

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