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Guerra é uma "tempestade perfeita" para África

Lusa
25 de maio de 2022

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considera que a guerra na Ucrânia representa uma "tempestade perfeita" para os países em desenvolvimento, nomeadamente em África, devido ao impacto nos preços.

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Ukraine-Konflikt | Antonio Guterres | UN Generalsekretär
Foto: John Minchillo/AP Photo/picture alliance

"A guerra na Ucrânia está a criar uma tempestade perfeita para os países em desenvolvimento, especialmente em África; esta crise está a resultar num aumento exponencial de custos para os alimentos, energia e fertilizantes, como consequências devastadoras para os sistemas alimentares e de nutrição, ao mesmo tempo que torna mais difícil para o continente mobilizar os recursos financeiros necessários para investir no seu povo", escreveu Guterres.

Numa mensagem alusiva ao Dia de África, que se assinala esta quarta-feira (25.05), o antigo primeiro-ministro português salientou que "as perspetivas no horizonte são brilhantes, desde a crescente e vibrante população jovem, a iniciativas como a zona de livre comércio continental" e outras, mas alertou que os desafios são múltiplos.

"África é um lar de esperança", mas, continuou Guterres, enfrenta "múltiplos desafios" que a impedem de "atingir o seu pleno potencial, incluindo a pandemia de Covid-19 e o seu impacto devastador nas economias africanas, a mudança climática, os conflitos por resolver e uma severa crise alimentar". 

Para Guterres, o mundo tem de se "juntar em solidariedade com todos os africanos para fortalecer a segurança alimentar, e colocar a nutrição ao alcance de todas as pessoas", além de "terminar a pandemia, reforçar o sistema financeiro global, para a mudança climática e silenciar as armas em todos os conflitos".

Ramaphosa também alertou para as consequências da guerra

Südafrika Besuch des Bundeskanzlers Olaf Scholz
Foto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

Também ontem, o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, após encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz, alertou para as consequências da guerra na Europa, nomeadamente decorrentes das sanções económicas impostas à Rússia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. 

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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