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ConflitosTerritório Ocupado da Palestina

Israel vs Palestina: ONU alerta para crise humanitária

AFP | AP | Lusa
17 de maio de 2021

Terminou, neste domingo, sem uma declaração conjunta, mais um Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito entre Israel e Palestina. O secretário-geral da ONU alerta para as consequências do conflito no Médio Oriente.

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Israel Raketenabwehrsystem Iron Dome
Em Ashkelon, sistema anti-míssil de Israel interceta mísseis lançados da Faixa de GazaFoto: Amir Cohen/REUTERS

Na terceira reunião de emergência sobre o tema, que decorreu virtualmente este domingo (16.05), o secretário-geral da ONU, António Guterres voltou a apelar a paz, alertando para o potencial que o conflito tem de se transformar numa crise humanitária "descontrolada".

"As hostilidades atuais são absolutamente terríveis. Esta última ronda de violência perpetua ciclos de morte, destruição e desespero e empurra para mais longe qualquer esperança de coexistência e paz", alerta Guterres que exige: "A luta tem de parar imediatamente. O lançamento de rockets de um lado e os ataques aéreos do outro têm de parar. Apelo a todas as partes para que atendam a este apelo".

"Crimes de guerra"

No entanto, e em declarações na mesma ocasião, o ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Riyad Al-Maliki, acusou Isarel de "crimes de guerra” contra o povo palestiniano e afirmou que "Israel é uma potência colonial e ocupante. Qualquer avaliação da situação que não tenha em conta este facto fundamental é tendenciosa ". 

 Russland I Antonio Guterres zu Besuch in Moskau
António GuterresFoto: Russian Foreign Ministry/Handout/AA/picture alliance

O chefe da diplomacia palestiniana defende: "É necessário agir agora para acabar com as agressões e ataques ao nosso povo, às nossas casas e às nossas terras. É preciso agir para que a liberdade possa prevalecer - não o apartheid".

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, os ataques aéreos israelitas da madrugada deste domingo (17.05) provocaram a morte de 42 pessoas, entre as quais dez crianças. Foi, até à data, o ataque mais mortífero desde o início da mais recente escalada de violência entre as partes deste conflito, que soma já 188 mortos, a maioria do lado palestiniano.

Israel responsabiliza o Hamas

Por sua vez, o embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, garantiu que Israel "vai fazer tudo o que for necessário para se defender" e voltou a responsabilizar o Hamas pelas mortes de civis.

"O Hamas tem como alvo civis, Israel tem como alvo terroristas. Israel faz todos os esforços para evitar baixas civis, já o Hamas faz todos os esforços para aumentar o número de baixas civis", afirmou. 

Apesar dos inúmeros apelos internacionais para um cessar-fogo, o número de vítimas deverá continuar a subir nos próximos dias pois, assegurou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a quarta guerra contra o Hamas em Gaza vai continuar e demorará tempo a terminar. 

Palästina Israel Konflikt
Palestinianos em confrontos com as forças israelitas na cidade de NablusFoto: Majdi Mohammed/AP Photo/picture alliance

Na madrugada desta segunda-feira (17.05), o Exército israelita voltou a fazer dezenas de ataques na Faixa de Gaza. Também o Hamas continua a lançar foguetes em direção a áreas civis em Israel, tendo feito já oito mortos. Terão sido lançados, até à data, mais de três mil rockets.

"Interferência de Israel na liberdade de imprensa"

Várias fontes ouvidas pelas agências de notícias garantem que a assinatura de uma declaração conjunta por parte do Conselho de Segurança da ONU que apele ao fim dos confrontos tem sido travada pela oposição dos Estados Unidos que estão preocupados com a possibilidade de esta declaração interferir com os esforços diplomáticos para pôr termo à violência.

Também durante este fim de semana, um ataque israelita destruiu o edíficio onde estavam instalados em Gaza vários meios de comunicação social internacional, sob a alegação de que o Hamas escondia no edificio "equipamento sofisticado".

O ataque tem gerado várias críticas relacionadas com a interferência de Israel na liberdade de imprensa. As organizações Repórteres sem Fronteiras e Amnistia Internacional condenaram o ataque.

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