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Governo sem espaço para jovens na Nigéria

Umar Zaharaddeen | bd
25 de julho de 2019

Presidente Muhammadu Buhari apresentou uma lista de 43 nomes para o seu Executivo que está a causar polémica: tal como o número de membros, também a média de idades é elevada. Jovens lamentam ficar de fora.

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Nigeria Democracy Day 2019
Foto: Reuters/A. Sotunde

Na Nigéria, quase dois meses depois da sua investidura para mais um mandato de quatro anos à frente do país, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, apresentou, finalmente, na terça-feira (23.07), uma longa lista com 43 nomes para o seu Governo. As escolhas do chefe de Estado estão a causar polémica: além do número elevado de membros - mais sete que no mandato anterior – o Executivo é inclui apenas cinco mulheres e a média de idades dos membros do Governo está acima dos 40 anos.

Para os jovens nigerianos que há muito aguardam uma oportunidade para demonstrarem o seu talento na governação, o Executivo apresentado por Buhari é uma desilusão. O anúncio da lista gerou uma grande preocupação perante o que dizem a "não-implementação" da lei "Not too young to run" – em português, "Não demasiado jovem para concorrer" -  promulgada por Muhammadu Buhari no ano passado para eliminar o limite mínimo de idade para os jovens que pretendem candidatar-se a cargos públicos.

Governo sem espaço para jovens na Nigéria

Olhando para lista governamental, o jovem ativista Aliyu Dahiru considera que ficou provado que a Nigéria ainda não está preparada para explorar o potencial juvenil, "pessoas que têm energia, capacidade, que têm o poder de fazer  avançar o país". Para o activista, "quando se trata de desenvolvimento, os jovens estão sempre à frente, porque são pessoas destemidas, tudo está ao seu alcance".

O grande problema dos jovens da Nigéria continua a ser o desemprego. Sibawaihi Sambo, presidente da Associação dos Licenciados Desempregados do Norte da Nigéria, diz que não aceitável deixar os jovens fora das rédeas da governação e promete "aproveitar esta oportunidade para pedir ao governo federal que a lista seja reorganizada".

"Enquanto os jovens não forem incluídos, as políticas serão velhas", sublinha.

Nem todos pensam desta forma. Para o analista Rabiu Isah, de Kaduna, a exclusão dos mais jovens da lista de ministros poderá não afetar a governação: "Vimos no passado muitos líderes a fazerem o seu melhor, passam bem sem os jovens na sua administração. Acredito que Buhari pode sair-se bem sem jovens no seu Executivo".

Na próxima semana, a lista dos novos membros do Executivo, que conta com apenas 12 repetentes do mandato anterior, deverá ser analisada pelo Senado nigeriano.