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Governo moçambicano em silêncio sobre detenção de Chang

Lusa | ms
2 de janeiro de 2019

Executivo de Moçambique ainda não se pronunciou sobre a detenção de Manuel Chang na África do Sul. Ex-ministro das Finanças vai continuar detido até comparecer novamente em tribunal no próximo dia 8.

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Atual chefe de Estado de Moçambique, Filipe Nyusi, ex-Presidente Armando Guebuza e ex-ministro das Finanças Manuel Chang (da esq. para a dir.)Foto: Reuters/Nacarino

O porta-voz da polícia sul-africana, Vishnu Naidoo, confirmou ao portal News24 que o ex-ministro do governo de Guebuza permanecerá sob custódia até voltar a ser ouvido em tribunal, a 8 de janeiro.

Manuel Chang, 63 anos, atual deputado da Frente de Libertação da Moçambique (FRELIMO, no poder), compareceu brevemente no tribunal em Kempton Park, leste de Joanesburgo, na segunda-feira (31.12).

O ex-ministro das Finanças de Moçambique poderá ser extraditado para os Estados Unidos da América (EUA), confirmou o porta-voz da polícia sul-africana.

O governo sul-africano do Congresso Nacional Africano (ANC) ainda não se pronunciou sobre a detenção na África do Sul do dirigente da FRELIMO.

Crimes financeiros

Manuel Chang foi preso no sábado (29.12) no Aeroporto Internacional Oliver Tambo, em Joanesburgo, com base num mandado de captura internacional emitido pelos EUA, em 27 de setembro, por alegado envolvimento em crimes financeiros, que ascendem a 2.000 milhões de dólares.

Os EUA acusam o ex-ministro de conspiração para fraude eletrónica, conspiração para fraude com valores mobiliários e lavagem de dinheiro. De acordo com a polícia sul-africana, Chang não é o único suspeito sob investigação do FBI (Departamento Federal de Investigação dos EUA) por envolvimento nos alegados crimes.

Manuel Chang foi ministro das Finanças de Moçambique durante o Governo do Presidente Armando Guebuza (entre 2005 e 2010), antecessor de Filipe Nyusi. Durante o mandato de Chang, o executivo moçambicano avalizou dívidas secretamente contraídas à margem do parlamento a favor de três empresas públicas alegadamente criadas para o efeito nos setores da segurança marítima e pescas, entre 2013 e 2014.