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Gestão do recenseamento na Guiné-Bissau alvo de duras críticas

Darame,Braima4 de dezembro de 2013

A afluência ao recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau é fraca e as razões são muitas: a população queixa-se da falta de organização e o Governo aponta a falta de desbloqueamento de verbas financeiras.

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O recenseamento que decorre em todo o território nacional visa registar em 21 dias 800 000 potenciais eleitores para as eleições gerais previstas para 16 de março de 2013. Foram abertas 18 mesas, dez em Bissau e oito nas regiões. A falta de uma campanha de educação cívica, as dificuldades no momento de impressão dos cartões e parcos meios logísticos atrapalham o trabalho no terreno.

Como explica uma cidadã guineense à DW África: "Ainda não me recenseei, porque, como todos nós sabemos, houve complicações no próprio dia do início do recenseamento". Esta cidadã realça que houve problemas a nível informático, já que os materiais informáticos não funcionaram como deviam: "Huve falta de preparação do processo de recenseamento", remata. "Mal organizado" e uma "aberração" é também o veredicto do jovem Filomeno Sambú de 29 anos de idade.

Autoridades defendem-se das acusações

Não obstante as dificuldades serem reconhecidas pelas autoridades de transição e os técnicos que trabalham na preparação das eleições guineenses, o ministro da Administração Territorial, Batista Té, defende que o recenseamento decorre normalmente: "Desde o início que já tinha deixado claro que nos estamos a deparar com grandes dificuldades". Mas se no início houve um "estrangulamento da técnica", diz o ministro, neste momento "tudo está a funcionar bem".

Diáspora incluída no processo de recenseamento

Segundo este responsável, já estão em curso os mecanismos para facilitar o recenseamento de potenciais eleitores na diáspora. Batista Té anunciou aos microfones da DW África que as delegações do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral deverão seguir viagem no dia 5 de dezembro para países da África e da Europa, com o intuito de recensear emigrantes guineenses. Esse é, pelo menos o plano: "Mas estamos a deparar com dificuldades financeiras. Vamos fazer tuto por tudo para ultrapassar a situação, mas mesmo que haja um atraso, não será de muitos dias".

Ajuda internacional ainda não chegou

Batista Té lamentou as dificuldades no desbloqueamento de fundos prometidos pela comunidade internacional para a execução das tarefas do recenseamento. Neste contexto, Ovídio Pequeno, representante da União Africana em Bissau, esclarece: "Há um financiamento nosso também, da União Africana. Não é preciso quantificá-lo, mas corresponde àquilo que, neste momento, a União Africana pretende fazer".

No seu primeiro balanço dos primeiros dias do recenseamento, Augusto Mendes presidente da Comissão Nacional de Eleições, disse ter constatado em todas as mesas que o processo estava a andar bem: "Apesar de pequenos estrangulamentos que ocorreram logo no início, as coisas depois ganharam outro ritmo, outra dinâmica".

Recorde-se que os equipamentos do recenseamento, computador, máquina fotográfica, leitor de impressão digital e 'scanner', foram oferecidos pelo Governo de Timor-Leste, mas a execução está a cargo de técnicos guineenses.