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Estado de DireitoEstados Unidos

Minneapolis irá pagar 27 milhões de dólares à família Floyd

AP | AFP | EFE | Lusa
13 de março de 2021

Cidade norte-americana concordou em pagar a indemnização milionária para resolver o processo civil movido pela família de George Floyd. Agente da polícia acusado da morte do afro-americano está a ser julgado.

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Weltspiegel 09.03.2021 | USA | George-Floyd-Demo in NEw York
A morte de Floyd desencadeou uma onda de protestos contra a violência policialFoto: Shannon Stapleton/REUTERS

A cidade de Minneapolis alcançou, na sexta-feira (12.03), um acordo com a família de George Floyd, o afro-americano de 46 anos que morreu em 2020 depois de ser imobilizado no chão por um polícia branco que lhe pressionou o pescoço com um joelho.

A cidade concordou em pagar 27 milhões de dólares (cerca de 22,6 milhões de euros) para resolver o processo civil.

O advogado da família Floyd, Ben Crump, disse que o montante acordado é o "maior acordo pré-julgamento num caso de morte injusta em matéria de direitos civis na história dos Estados Unidos".

Um outro advogado da família, L. Chris Stewart, acrescentou que embora ainda esteja em curso um julgamento criminal contra o agente da polícia acusado do assassinato de Floyd, o acordo "transmite uma medida de justiça que é significativa, importante e necessária".

"Proporciona um caminho para os nossos clientes e assegura que a morte de George Floyd resultará numa mudança substantiva e positiva", disse ele.

"It provides a path forward for our clients and ensures that George Floyd's death will result in substantive, positive change," disse.

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27 milhões de dólares

A indenização, aprovada por unanimidade, foi incluída de última hora na agenda da reunião ordinária do Conselho Municipal de Minneapolis, que ocorreu a portas fechadas. Um processo civil foi apresentado contra a cidade e quatro policiais pela morte de George Floyd, segundo a imprensa.

"Nenhuma quantia de dinheiro pode compensar a intensa dor e o trauma causado por esta morte à família de George Floyd e ao povo da nossa cidade", disse a presidente do Conselho Municipal, Lisa Bender.

Floyd morreu no dia 25 de maio de 2020, após ter sido detido por suspeita de tentar utilizar uma cédula falsa de 20 dólares em uma mercearia.

O agora ex-policial Derek Chauvin foi filmado por câmeras de segurança e celulares de pedestres, enquanto se ajoelhava sobre o pescoço do detido durante oito minutos e 46 segundos. Floyd, que dizia não conseguir respirar, morreu asfixiado.

O acordo selado na sexta-feira (12.03) supera a indenização que a cidade de Louisville aceitou pagar em 15 de setembro do ano passado pela morte da jovem Breonna Taylor, baleada pela polícia em seu apartamento durante uma operação. A família de Taylor recebeu 12 milhões de dólares.

O montante acordado também excede os 20 milhões de dólares que Minneapolis pagou à família de Justine Damond, mulher australiana americana de 40 anos que morreu em 2017 após ter sido baleada por um policial na cidade.

USA I George Floyd Memorial in Minneapolis
Cruzamento onde George Floyd morreuFoto: Mark Hertzberg/ZUMA Wire/picture-alliance

Julgamento prossegue

Na quinta-feira (11.03), o juiz Peter Cahill imputou a Chauvin uma nova acusação, de assassinato em terceiro grau, pela morte de Floyd. Cahill, um juiz do distrito de Hennepin, tomou a decisão um dia após a Suprema Corte do estado de Minnesota ter recusado um recurso da defesa de Chauvin sobre a nova acusação.

Chauvin enfrenta agora acusações de assassinato em segundo e terceiro graus e de homicídio em segundo grau.

Se for condenado por assassinato em segundo grau, o ex-policial pode receber uma pena de 11 a 15 anos de prisão. A acusação de assassinato em terceiro grau pode acarretar 25 anos, e a de homicídio em segundo grau, dez anos, embora normalmente só sejam cumpridos cinco anos.

O julgamento de Chauvin deverá começar no dia 29 de março, com a abertura dos argumentos orais para defesa e acusação. Juntam-se a Chauvin três outros ex-policiais - Thomas Lane, J. Alexander Kueng e Tou Thao - acusados de cumplicidade em assassinato e homicídio em segundo grau, e cujo julgamento deverá começar no próximo verão. Todos os quatro estão em liberdade sob fiança.

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