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Fórum Económico Alemão-Angolano em Munique

15 de junho de 2011

Nesta quinta-feira (16.06) começa em Munique o quarto Fórum Económico Alemão-Angolano. São esperados mais de 200 participantes de Angola e da Alemanha.

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Empresários alemães contam com a ajuda da Associação Afrikaverein para os seus contactos com AngolaFoto: DW

Representadas estão empresas, como a companhia aérea alemã Lufthansa, a firma alemã de engenharia Gauff ou a Empresa Nacional de Eletricidade de Angola. Este ano, a presença de ministros deve ser mais reduzida em comparação com as três edições anteriores. A presença com maior peso político deve ser a do Ministro da Economia angolano, Abraão Pio dos Santos Gourgel.

Johannes Beck (JB) entrevistou Romy Rösner (RR), responsável pela organização do fórum da Associação Empresarial Alemã-Africana, Afrikaverein, sobre o balanço dos primeiros três fóruns económicos alemão-angolanos, que se realizam desde 2008.

RR – O balanço dos organizadores é positivo. Realizamos estes fóruns desde 2008, quando o comércio entre Angola e a Alemanha estava no topo. Infelizmente, depois de 2008, Angola entrou numa crise económica. Em 2010, no âmbito do fórum em Angola, inaugurámos um gabinete de apoio às empresas alemãs, que é o primeiro ponto de contacto para os empresários alemães que entram no mercado angolano....

JB – Se virmos a balança comercial da Alemanha, em 2008, o país exportou para Angola produtos no valor de 388 milhões de euros e em 2010 apenas 263 milhões, ou seja, uma diminuição de 1/3. As exportações angolanas para a Alemanha baixaram ainda mais: de 469 milhões de euros para 288 milhões de euros, entre 2008 e 2010. Como explica esta diminuição do comércio entre os dois países apesar da realização desses fóruns?

RR –O problema é que Angola teve uma crise enorme, porque os preços do petróleo diminuiram em 2009 e 2010 e isso fez com que realmente a economia do país estagnasse e o comércio entre Angola e os outros países diminuísse muito.

Angola terceiro parceiro comercial da Alemanha na África subsaariana

JB – Angola tem uma participação à volta de 0,03% das importações ou exportações alemãs. Qual o peso de Angola para a economia alemã e para a Associação empresarial "Afrikaverein"?

RR – Para a Alemanha, Angola é o terceiro maior parceiro comercial na África subsariana, depois da África do Sul e da Nigéria. Angola tem um papel muito importante no comércio. Não tanto a nível mundial, mas em relação a África é interessante.

JB – Que dificuldades têm sido encontradas para aumentar a cooperação económica e qual é a importância que Angola tem para as empresas alemãs ?

RR – Para a "Afrikaverein", Angola tornou-se um país importante, porque desde 2007 muitas empresas estão interessadas no mercado angolano, onde é muito difícil entrar. Por isso, muitas dessas empresas recorrem à "Afrikaverein" para pedir ajuda...

Angola Präsidentenpalast in Luanda
Palácio presidencial em Luanda - capital de Angola, país cujas exportações para a Alemanha baixaram entre 2008 e 2010: de 469 milhões de euros para 288 milhões de eurosFoto: RIA Novosti

Língua e cultura de negócios, principais dificuldades encontradas

JB – E quais são as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas alemãs que querem entrar no mercado angolano?

RR – Em primeiro lugar, a língua e a cultura de negócios. Angola é muito diferente da Alemanha... demora-se muito tempo para desenvolver uma relação com os angolanos e é muito importante ter contactos pessoais com os angolanos. Também os preços altos constituem uma outra dificuldade e as empresas alemãs hesitam em pagar antes de realizarem os contratos.

JB – Diz-se que Angola é um dos países com mais problemas de corrupção no mundo. Nos relatórios da ONG "Transparência Internacional", Angola figura sempre num dos últimos lugares no índice de perceção da corrupção. Também isso foi um problema citado pelas empresas com que a "Afrikaverein" trabalha?

RR – Sim...é um problema, mas nós, na "Afrikaverein", não estamos muito envolvidos nesse tema. Sabemos que existem alguns problemas de corrupção, mas não dispomos de muitos dados sobre o assunto.

Autor: Johannes Beck

Edição: António Rocha / Marta Barroso