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FRELIMO anuncia recondução de Nyusi com 100% de votos

Lusa | ms
26 de setembro de 2022

Filipe Nyusi foi reconduzido como presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), com 100% dos votos. "Um resultado que muito nos orgulha é a marca Nyusi 100%", referiu o secretário-geral do partido no poder.

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Foto: AP Photo/F. Momade

A votação decorreu este domingo (25.09), durante o terceiro dia do 12.º Congresso da FRELIMO, na Matola, arredores de Maputo e em que Nyusi, que é também Presidente da República, era o único candidato à sua própria sucessão.

O líder recebeu os votos dos 1.136 congressistas que estiveram hoje presentes no escrutínio, explicou aos jornalistas fonte do partido.

Falando após a eleição, Filipe Nyusi prometeu trabalho e pediu "apoio genuíno" como aquele que diz ter recebido até aqui.

Chissano apela à reconciliação

O antigo presidente da FRELIMO e ex-chefe de Estado Joaquim Chissano apelou ontem a Filipe Nyusi para "produzir sempre a paz através de uma constante reconciliação, no seio do partido e a todos os níveis", frisou. "Devemos reconciliar-nos se quisermos combater o tribalismo. Para podermos falar com confiança uns com os outros", referiu.

O antigo chefe de Estado falava após conferir posse ao reeleito presidente da FRELIMO, na qualidade de presidente honorário mais velho do partido no poder. "Um vai levantar a voz, um dia, e outro vai estremecer, mas no outro dia poderão se abraçar e construir a paz, a reconciliação", disse Chissano.

O discurso surge depois de, na quarta-feira, a Comissão Política da FRELIMO ter repreendido em comunicado um militante que levantou um ponto fora da agenda aprovada na última reunião do comité central - Castigo Langa pediu a Nyusi para não tentar um terceiro mandato à frente do país.

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Na sexta-feira, Filipe Nyusi já tinha feito um apelo, na abertura do 12.º Congresso: "Apelamos a todos para conduzirmos os debates dentro da nossa agenda, agenda que nos une e não na agenda que nos pode dividir".

Chissano disse que cabe a Nyusi tarefa de continuar a "consolidar a paz, que só é permanente quando é renovada, quando é bem tratada", que é "base da unidade nacional" e vice-versa, sublinhou Joaquim Chissano. A reconciliação também deve ser procurada fora do partido, acrescentou.

O antigo presidente da Frelimo assinalou que o partido no poder não deve procurar entendimentos apenas com a Resistência Nacional Moçambicano (RENAMO), a principal força da oposição, mas com todas as forças políticas. "Podemos aproveitar as coisas positivas que podem vir deles", dos partidos da oposição, disse.  

Congresso da FRELIMO

O atual líder da FRELIMO ascendeu à presidência do partido em 2015, em votação realizada pelo Comité Central quando Armando Guebuza deixou o cargo. Guebuza entregou a liderança da FRELIMO meses depois de Nyusi lhe ter sucedido como chefe de Estado.

Filipe Nyusi voltou a ser eleito presidente da FRELIMO em 2017, no 11.º congresso, para um mandato de cinco anos. É o atual Presidente moçambicano, eleito pela primeira vez em 2014 e reconduzido em 2019 para o segundo mandato, que decorre.

O 12.º Congresso da FRELIMO arrancou na sexta-feira e termina na quarta, um encontro em que serão ainda eleitos os novos órgãos do partido: o Comité Central, ao qual caberá a escolha do secretário-geral, a Comissão Política e o Comité de Verificação.

Depois do congresso, passará pelos novos órgãos a escolha do candidato às eleições presidenciais de 2024.

Analistas referem que, tal como em congressos anteriores e à beira de um novo ciclo eleitoral, diferentes alas procuram chegar a lugares nos órgãos que vão escolher o candidato presidencial - desta vez após atritos expostos durante o processo judicial das dívidas ocultas, em que o ex-Presidente Guebuza viu o seu filho Ndambi ser detido.