"A perspetiva a curto prazo é de uma recuperação gradual e ampla na atividade económica", afirmou o chefe da Divisão do Departamento de África do FMI, Ricardo Velloso, em conferência de imprensa em Maputo, no final de uma visita ao país.
Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano cresceu 3,9%, assinalou o responsável. Segundo as previsões do FMI, a inflação ficará este ano abaixo de 6, 5%, descendo para 5,5% em 2019. As reservas internacionais líquidas vão manter-se a níveis confortáveis em 2018 e 2019, acrescentou.
O chefe da Divisão do Departamento de África do FMI referiu ainda que o desempenho da economia moçambicana neste e no próximo ano será "apoiada por reduções adicionais nas taxas de juro face ao cenário favorável da inflação".
Para 2019, o FMI prevê que a taxa de câmbio se mantenha estável, com o dólar a custar entre 58 e 60 meticais.
Orçamento "realista" para 2019
Ricardo Velloso disse que o FMI recomendou ao Governo moçambicano que o Orçamento do Estado para 2019 seja realista e com projeções de receita e despesa prudentes.
Face ao sobreendividamento que afeta o país, o FMI recomendou o Governo moçambicano a privilegiar donativos e crédito altamente concessional, defendendo que a emissão de garantias da dívida seja estrito e rigoroso.
Velloso disse que a missão do FMI visitou Moçambique a pedido do Governo, para uma discussão sobre a preparação da proposta do Orçamento do Estado para 2019.
O FMI está a dar apoio técnico a Moçambique, um país que tem enfrentado uma crise económica desde 2016, provocado pelo efeito combinado das calamidades naturais, queda do preço das matérias-primas no mercado internacional e descoberta de empréstimos a empresas públicas no valor de mais de dois mil milhões de euros.
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
"Tchovas" percorrem ruas de Maputo
Tendencialmente, são os mais jovens que se dedicam ao transporte de carga diversa com um "tchova". Chegam a percorrer cinco quilómetros a pé, empurrrando o seu "tchova" para entregar a mercadoria. O preço a pagar depende da distância, rondando entre 60 e 200 meticais [entre 1 e 3 euros].
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
"Tchova" para fazer negócio na capital moçambicana
São vários os artigos vendidos pelos "tchovas" nas ruas e avenidas da capital Maputo. Assim, os clientes não precisam de se deslocar aos locais de venda habituais para encontrarem os produtos pretendidos.
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
Locais de negócio estratégicos
Muitos procuram locais estratégicos, com maiores aglomerações populacionais, como paragens ou terminais rodoviários e ferroviários para angariarem clientes, por exemplo, para o transporte de mercadoria.
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
Fila de "tchovas" no mercado de Benfica
Estes "tchovas" estão estacionados numa das bermas da EN-1, no bairro George Dimitrov, conhecido como Benfica. Dedicam-se à venda de produtos. O "tchova" é, por isso, um equipamento versátil, servindo para o transporte e como "loja". Aqui, também se podem alugar "tchovas".
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
Venda de "tchovas"
Em Maputo, também há quem se dedique à venda destes veículos de tração humana. Um "tchova" pode chegar a custar cerca de 1700 meticais [25 euros]. Na imagem, os "tchovas" prontos para serem vendidos.
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
"Tchovas" ajudam na recolha do lixo
Em muitos bairros periféricos, os "tchovas" ajudam também na recolha do lixo. Estes veículos recolhem o lixo nas residências, que depois carregam até às principais rodovias onde estão os contentores com maior capacidade para o lixo.
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
Mercadoria transportada num "tchova”
Tiago Matusse dirige o seu "tchova" para o local onde vai vender os seus produtos. Leva uma carga composta por diversos tipos de fruta.
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
Caminhos íngremes são um desafio
Bernardo Adolfo é vendedor ambulante. Transporta a carga arrumada no seu "tchova" desde a sua residência. Conta que o o maior constrangimento é puxar o "tchova" até ao mercado do Benfica, uma vez que precisa de enfrentar descidas íngremes. No final do dia, tem lucros entre 200 e 300 meticais [3 e 4 euros].
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"Tchovas": carrinhos de mão dinamizam economia em Maputo
"Tchova" a ser carregado
A carga que cada "tchova" pode suportar depende da força da pessoa que o vai conduzir. Quando a carga é muito pesada, podem ser necessárias duas pessoas para transportar o "tchova".
Autoria: Romeu da Silva (Maputo)