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FIPAG acusado de burlar clientes em Nampula

Sitói Lutxeque (Nampula) 18 de dezembro de 2015

Em Nampula, o FIPAG é acusado pelos seus clientes de burla por cobrar faturas sem contudo efetuar o abastecimento de água. Os gestores da empresa reconhecem a falta de fornecimento, mas também culpam os consumidores.

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Centro de tratamento de água do FIPAG em Nampula, MoçambiqueFoto: DW/S. Lutxeque

A população de Nampula continua votada ao consumo da água imprópria, extraída dos poços, rios e esgotos, na sequência da falta de fornecimento por parte do FIPAG, Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água, empresa responsável pelo abastecimento.

Este problema regista-se em quase toda a província, mas com maior incidência na cidade-capital Nampula. Os bairros de Natikiri, Namicopo, Mutauanha, Muatala, Piloto, Cossore e Paiol são os que mais sofrem com a falta de abastecimento, registando já mais de 2 anos as restrições.

O mais preocupante, segundo a população ouvida pela DW África, é que o FIPAG não pára de enviar facturas aos consumidores, algo que consideram como sendo uma burla e um grande desrespeito para com os clientes da empresa. Segundo apurou a DW África, mensamelmente os consumidores recebem faturas para o pagamento da taxa de consumo que varia entre os 300 e 500 meticais [equivalentes a 5 Euros]

Queixas dos clientes
Regina João, residente no bairro do Cossore, há cerca de um ano que não consome água fornecida pela empresa pública, mas todos os meses recebe uma factura.

“Aqui água sai de vezes enquanto, assim estamos a sofrer por causa da falta de agua”. Por seu turno, Joana António sai de madrugada à procura de água potável. Percorre cerca de 10 quilometros, para obter 30 litros de água. Ela contou à DW Africa que na sua área de residência, Namicopo, a àgua não chega há cerca de oito meses.

“Somos cobrados mensalmente para pagar facturas, mas o que é que vamos pagar se não consumimos? Até bebemos Txopue[águas turvas, dos poços]”

Face a esta situação, os nossos entrevistados pedem a empresa para interromper com as cobranças e restabelecer o fornecimento da água. Só depois recomeçar o envio das faturas.

Mosambik Brunnenwasser in Nampula
Um poço de água nos arredores da cidade de NampulaFoto: DW/S. Lutxeque

FIPAG atira culpas aos consumidores
A empresa Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água conta com 29.387 clientes consumidores domiciliários e construiu na cidade de Nampula 270 fontenários .

Entretanto, o diretor do FIPAG, Ilídio Cossa, disse que “um cliente que esteja há muito tempo sem o fornecimento de agua deve comunicar à empresa para que seja suspensa a faturação e só quando esse fornecimento for retomado então recomeçar o pagamento das facturas. Caso contrário, os clinetes terão de continuar a pagar a taxa do aluguer do contador, que varia entre os150 a 200 meticais equivalente a 4 euros”.

Ilídio Cossa disse ainda que se não chover nos próximos 30 dias a população vai continuar a sofrer com a falta de água potável.

“Estamos com um cenário médio de 20 mil metros cúbicos por dia que já não está a satisfazer e vamos agravar para 15 mil metros cúbicos por dia”

Importa referir que a única barragem que capta água para abastecer os cerca de 29 mil clientes da empresa está a registar um défice acentuado de água.

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Mosambik Damm in Nampula
Uma barragem na província de NampulaFoto: DW/S. Lutxeque