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Falta de água e saneamento agrava doenças em Cabo Delgado

Lusa
11 de outubro de 2021

Após visita à província do norte de Moçambique, responsável da Cruz Vermelha alerta para aumento da cólera, diarreia e outras doenças transmitidas por água contaminada devido aos estragos provocados pela guerra.

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Mosambik Wasserknappheit in Pemba
Foto: DW

Cólera, diarreia e outras doenças transmitidas por água contaminada estão a aumentar em Cabo Delgado devido aos estragos provocados pela guerra naquela província norte de Moçambique, alertou esta segunda-feira (11.10) o Comité da Cruz Vermelha Internacional (CICV).

"O rápido deslocamento da população e o acesso limitado a fontes de água potável nos assentamentos precários provocaram um aumento de doenças transmitidas pela água, como a cólera e a diarreia", lê-se num comunicado que faz o balanço da visita de três dias do diretor de operações do CICV, Dominik Stillhart, à região.

"Acho que é importante prestar muita atenção ao que está a acontecer", referiu Dominik Stillhart, sublinhando que a água disponível "não atende a nenhum padrão de saúde pública", por falta de redes de abastecimento e saneamento, que já eram débeis antes do conflito.

O número de casos de cólera em Cabo Delgado era de 3.400 no começo de agosto face a 2.200 casos na mesma altura em 2020, um aumento de 54%, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), exemplifica a CICV. 

Novas esperanças para deslocados em Cabo Delgado

A organização indica ainda que no primeiro semestre deste ano foram registados 28.602 casos de diarreia na província "tornando-se a segunda causa de morte entre as crianças menores de cinco anos". 

Sistema de saúde não consegue dar resposta

Os centros de saúde não conseguem responder ao problema: 80% não funcionam nos nove distritos mais afetados e os que funcionam nos outros distritos estão sobrecarregados com cerca de 800.000 deslocados que fugiram da violência - sendo que, além do conflito, a província tem sido atingida ciclicamente por cheias devastadoras.

Em linha com a preocupação expressa pelo diretor de operações, o CICV está a trabalhar com as autoridades locais para "reabilitar as infraestruturas hídricas, sanitárias e de saúde e construir novas". 

Dada a vulnerabilidade a impactos climáticos, "todos os novos projetos de reabilitação e construção do CICV são sistematicamente projetados e construídos com infraestruturas resilientes", acrescentou.

Entre os espaços a ser erguidos está um novo hospital na Ilha do Ibo, o único estabelecimento de saúde a servir o arquipélago das Quirimbas, que se estendem ao largo de Cabo Delgado.

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