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SaúdeEtiópia

Etiópia: Tigray volta a receber material médico

Lusa
26 de janeiro de 2022

Comité Internacional da Cruz Vermelha conseguiu entregar, pela primeira vez desde setembro, material médico a Mekele.Também esta quarta-feira (26.01), o Governo etíope propôs o fim do estado de emergência no país.

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Humanitäre Krise im Norden Äthiopiens nimmt zu
Foto: Maria Gerth-Niculescu/DW

"Graças à assistência e facilidades oferecidas pelas autoridades, itens vitais para a população, incluindo medicamentos essenciais, chegaram a Mekele", capital do estado etíope do Tigray, devastado por uma guerra que se prolonga há 14 meses.

Segundo o comunicado do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a ajuda médica de emergência será agora distribuída pelos estabelecimentos de saúde do estado etíope.

Apollo Barasa, que coordena as atividades de saúde da delegação do CICV na Etiópia, citado na declaração, afirma que "a perspetiva de este primeiro carregamento chegar aos hospitais é um enorme alívio".

"Esta assistência pode salvar milhares de vidas, e não consigo sublinhar suficientemente a importância de que estas entregas continuem a poder ser feitas", acrescentou.

Crise humanitária intensifica-se no norte da Etiópia

O CICV está a organizar mais voos para entrega de material médico nos próximos dias e semanas. Além disso, pretende enviar um comboio humanitário por estrada, assim que a situação de segurança o permita. 

No passado domingo, Adis Abeba anunciou que iria permitir mais voos "para reforçar o transporte terrestre" de alimentos e medicamentos para o seu estado no norte da Etiópia.

Nas últimas semanas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou não conseguir fazer chegar quaisquer fornecimentos médicos a Tigray desde 15 de julho de 2021.

Fim do estado de emergência

Também esta quarta-feira (26.01), o Governo etíope propôs o fim do estado de emergência, em vigor desde novembro, citando desenvolvimentos recentes na guerra que se prolonga há mais de um ano em Tigray e estados vizinhos do norte da Etiópia.

A proposta aprovada pelo Conselho de Ministros etíope, que encurta significativamente o decreto, que tinha uma validade de seis meses, deve agora ser aprovada pelo Parlamento.  

O estado de emergência foi imposto quando as forças estaduais de Tigray lutavam contra as forças federais etíopes e as primeiras ganhavam cada vez mais terreno, aproximando-se na altura da capital, Adis Abeba. 

A decisão desta quarta-feira de Adis Abeba é apenas o último de um conjunto de sinais recentes de desanuviamento do conflito. Há precisamente uma semana, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez questão de manifestar publicamente satisfação por saber que "está a ser feito um esforço efetivo para paz", ainda que não tivesse avançado quaisquer pormenores.

A declaração de Guterres foi divulgada na passada quarta-feira depois de um telefonema entre o secretário-geral da ONU e o enviado da União Africana (UA), o antigo Presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, que visitou Adis Abeba e a capital do estado etíope de Tigray, Mekele, no norte da Etiópia, no início de janeiro.