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Cultura

Estreia-se a primeira série africana da Netflix

António Cascais
28 de fevereiro de 2020

Nesta sexta-feira (28.02), é lançada "Queen Sono", a primeira série produzida inteiramente em África, pelo serviço de streaming Netflix. Cineastas celebram e esperam por mais produções africanas.

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Reprodução da série "Queen Sono"Foto: Netflix

Uma agente secreta sul-africana tenta descobrir a verdade sobre o assassinato de sua mãe e, ao mesmo tempo, proteger o seu país de forças sinistras. É este - em poucas palavras - o enredo da série "Queen Sono", a primeira produção original africana encomendada pelo serviço de streaming norte-americano Netflix. A série estará disponível em todo o mundo.

Segundo a Netflix, "Queen Sono" é apenas o começo. "É exatamente isso que queremos", afirmam os responsáveis ​numa declaração escrita à DW África: "Precisamos de histórias africanas, divertidas e inteligentes. Queremos contar histórias locais que são entendidas globalmente. E há ótimas histórias em todo o mundo e, claro, também no continente africano".

Estreia-se a primeira série africana da Netflix

A produtora nigeriana-americana Melissa Adeyemo está presente no mercado de filmes africanos há anos. A fundadora do Ominira Studios em Nova York acaba de filmar e produzir a sua última longa-metragem em Lagos, na Nigéria, e mostra-se contente com o facto da Netflix agora ter começado a descobrir o potencial do continente.

"Abrir portas"

"Vejo uma enorme procura, um enorme apetite por histórias em África, especialmente da África do Sul e da Nigéria, os maiores mercados no continente. Acho que isso também poderia abrir as portas para atores e realizadores africanos no mercado internacional", afirma Adeyemo.

Chuku Esiri é da mesma opinião. O realizador nigeriano acaba de produzir com o seu irmão gémeo Arie Esiri o filme "Eyimofe", uma produção de cinema nigeriana que foi apresentada no Festival de cinema de Berlim deste ano.

Para Esiri, "é ótimo quando uma empresa gigante como a Netflix mostra interesse em trabalhar mais em África, contando histórias africanas e apoiando cineastas locais”. O realizador diz que "o lançamento da série sul-africana é uma ótima notícia” e espera que outros países do continente em breve sigam o exemplo da África do Sul.

Afrika Filmproduktion Nigeria Nollywood
Lagos é o coração de "Nollywood", a indústria cinematográfica da NigériaFoto: Getty Images/AFP/F. Plaucheur

Mais África na Netflix

De facto, mais produções africanas já estão a ser negociadas pela Netflix. Em abril será apresentado um filme de desenhos animados "made in Africa", um filme sobre a vida cotidiana de quatro meninas zâmbianas. Haverá também um fime sul-africano para adolescentes intitulado "Sangue e Água". Além disso, a Netflix já garantiu os direitos de filmes de Nollywood (Nigéria) de alta qualidade, incluindo "Lionheart" e "Chief Daddy".

Mas há um grande obstáculo para os serviços de streaming no continente africano: a rede de internet é muito rudimentar e os custos de dados móveis são exorbitantes na maior parte dos paises africanos. Isso também é confirmado pela crítica de cinema, a alemã Dorothee Wenner, que está há décadas no continente africano para rastrear histórias e novos talentos africanos. 

"No Congo, por exemplo, carregar um filme é inacessível para a maioria das pessoas, pelo facto de a rede não ser forte o suficiente para realmente transmitir alguma coisa. Apenas uma pequena camada de pessoas pode pagar por serviços de 'streaming' de vídeos", lamenta Wenner.

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