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Guerra real

3 de março de 2012

O setor militar tenta alcançar os avanços da tecnologia num momento em que o espaço virtual é visto oficialmente como domínio de guerra. Forças armadas mundiais investem em novos sistemas digitais de ataque e defesa.

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Depois de terra, mar e ar, ciberespaço se tornou a quarta dimensão para conflitos
Depois de terra, mar e ar, ciberespaço se tornou a quarta dimensão para conflitosFoto: Fotolia/dell

O conflito entre Israel e Palestina parece estar tomando novas dimensões: virtuais. Em janeiro de 2012, hackers da Arábia Saudita teriam atacado websites israelenses, paralisando as páginas de internet da companhia aérea El Al e da Bolsa de Valores em Tel Aviv. Logo em seguida, veio a resposta israelense: hackers também paralisaram temporariamente a bolsa de valores árabe Tadawul e teriam atacado a bolsa de valores em Abu Dhabi, conseguindo causar atrasos na página de internet da bolsa que mostrava os cursos das moedas.

Apesar de não haver indícios de que esses ataques virtuais tenham sido encomendados pelos respectivos governos da Arábia Saudita e de Israel, esse tipo de ataque cibernético vem sendo levado a sério por países do mundo inteiro. Atualmente, o chamado ciberespaço, ou espaço virtual, já é considerado um terreno no qual se pode operar militarmente.

Algo que ficou claro em julho de 2011, quando o vice-ministro da Defesa dos Estados Unidos, William Lynn, apresentou a então nova estratégia das Forças Armadas norte-americanas no ciberespaço.

De olho nos lucros

Policial do Centro de Respostas a Ciberterrorismo na Coreia do Sul observa notícia sobre ataque à agência, em 2009
Policial do Centro de Respostas a Ciberterrorismo na Coreia do Sul observa notícia sobre ataque à agência, em 2009Foto: AP

Em 2014, o exército norte-americano quer gastar mais de 12 mil milhões de dólares em segurança de TI, ou Tecnologia da Informação. O número representa um aumento de 50% em relação a 2009.

A notícia foi logo absorvida por empresas especializadas no ramo, que querem ganhar dinheiro com o investimento. A Lockheed Martin, empresa de tecnologia para armamentos líder no setor, já abriu o segundo centro de tecnologia, onde se simulam ataques.

Também os juristas estão com as atenções voltadas para essa nova dimensão para as operações de conflitos de guerra. 15 especialistas em Direito de vários países trabalham atualmente num chamado "Manual de direito internacional para aplicações na ciberguerra". Um dos autores, Thomas Wingfield, do Centro Marshall Europeu para Estudos de Segurança, com sede em Munique, na Alemanha, defende a tese de que se pode responder a ataques virtuais com meios militares tradicionais, "no caso de um incidente digital comparável a uma invasão com tanques de guerra ou um bloqueio marítimo".

Uma reportagem de Matthias von Hein apresentada por Renate Krieger.

Autores: Matthias von Hein / Renate Krieger
Edição: Glória Sousa / António Rocha