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Erdogan diz que Putin estaria disposto a acabar com a guerra

ms | Lusa | DW (Deutsche Welle) | EFE
20 de setembro de 2022

O Presidente turco, Recep Erdogan, acredita que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, estaria disposto a pôr fim à guerra com a Ucrânia "o mais rápido possível". Referendos no Donbass sobre anexação já estão agendados.

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Erdogan e Putin encontraram-se a 16 de setemebro na cimeira regional de Samarcanda
Erdogan e Putin encontraram-se a 16 de setemebro na cimeira regional de SamarcandaFoto: Alexander Demianchuk/TASS/dpa/picture alliance

Numa entrevista à emissora americana PBS, Erdogan disse que falou com Putin sobre a guerra na Ucrânia, na recente cimeira da Organização para a Cooperação de Xangai, na cidade uzbeque de Samarcanda. Segundo o chefe de Estado turco, o Presidente russo "quer acabar com esta guerra o mais rápido possível".

"Em breve serão trocados 200 prisioneiros na sequência de um acordo entre as partes", disse ainda Recep Tayyip Erdogan na entrevista, sublinhando que se trata de um passo significativo neste conflito, embora não tenha avançado mais pormenores sobre este acordo, nem sobre as pessoas envolvidas.

O Presidente turco, que manteve os seus laços com Moscovo e Kiev desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, insiste que se deve "encontrar um acordo que satisfaça a todos".

Mas sublinhou que, para qualquer acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, será necessário devolver as terras ocupadas pelos russos, acrescentando que está a trabalhar neste sentido com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Erdogan encontra-se atualmente em Nova Iorque para falar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Na abertura do debate, Guterres afirmou que a guerra na Ucrânia é uma "ameaça ao futuro da humanidade", mas evitou qualquer condenação direta à Rússia.

Acelerados referendos à integração na Rússia

As autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk - cuja independência Vladimir Putin reconheceu pouco antes do lançamento da ofensiva militar contra a Ucrânia - decidiram, entretanto, acelerar a organização de referendos sobre a integração na Rússia, após a contraofensiva ucraniana ter recuperado território ao Exército russo.

ONU discute guerra na Ucrânia e os efeitos no mundo

Os territórios separatistas pró-russos da região ucraniana de Donbass vão realizar referendos já esta semana, de 23 a 27 de setembro, anunciaram as autoridades locais.

Representantes de um órgão consultivo pró-russo na região de Zaporijia, parcialmente controlada pelas tropas russas, também pediram esta terça-feira a realização imediata de um referendo sobre a sua adesão à Rússia.

"Nós, os participantes da Câmara Pública de Cidadãos da região de Zaporijia, apelamos ao chefe da administração regional provisória [instalada pela Rússia], Yevgeny Balitsky, para organizar imediatamente um referendo sobre a questão da união da nossa região com a Federação Russa", refere a agência Interfax.

Ofensiva ucraniana em Luhansk

A Ucrânia disse que as suas tropas continuam a ganhar terreno em direção à região de Donbass, ocupada pela Rússia, preparando, assim, terreno para uma eventual reconquista de partes da província de Luhansk.

O governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, disse que as tropas ucranianas tinham recuperado a aldeia de Bilohorivka, que caiu nas mãos das forças russas após ferozes combates em julho. A tomada de Bilohorivka significaria que a Rússia deixaria de ter o controlo total da província.

Gaidai afirmou ainda que as forças ucranianas se preparam para tomar o resto da província de Luhansk aos ocupantes russos. "Iremos lutar por cada centímetro", garantiu o governador.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas e a morte de 5.916 civis, de acordo com os números mais recentes da ONU.