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Equipas angolanas prepararam no Brasil a época 2012

24 de fevereiro de 2012

As equipas de futebol angolanas Progresso e Sagrada Esperança estão de regresso a casa depois de um estágio no Brasil. Os clubes saem fortalecidos para enfrentar as competições deste ano.

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Clube angolano Sagrada Esperança treina no Brasil, no estádio da equipa do CruzeiroFoto: CRUZEIRO ESPORTE CLUBE

O clube Progresso do Sambizanga regressou esta sexta-feira (24.02) a Luanda, depois um estágio de 25 dias no Brasil, de preparação para o campeonato, o Girabola, e para a Taça de Angola de 2012. Esse foi também o objetivo da deslocação a sólo brasileiro da equipa Sagrada Esperança, da região da Lunda Norte no leste angolano, que regressa já na terça-feira (28.02).

Após vários treinos na cidade brasileira de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, no sudeste brasileiro, as equipas angolanas gostaram da experiência no país do futebol e saem fortalecidas na pré-temporada do campeonato.

Bob César, assessor do clube Progresso, demonstrou-se otimista quanto aos objetivos para a próxima época: “a conquista da Taça da Angola e ficar entre os cinco primeiros do Girabola [o campeonato angolano de futebol]”.

A escolha do Brasil como palco de preparação da equipa foi natural, “por causa do clima”, que “é igual ao nosso”, explica o treinador do Progresso, clube da capital angolana. David Dias apontou ainda outros motivos como a “qualidade de centros de treino que há aqui [no Brasil]. Podemos encontrar na Europa [centros com qualidade], mas na Europa está muito frio”. Além disso, “o Brasil é o local indicado e bom para nós também por causa da cultura e da língua. E isso ajuda bastante à nossa equipa”, rematou o técnico brasileiro.

O Progresso do Sambizanga defrontou equipas do primeiro e segundo escalões do futebol brasileiro, do estado de Minas Gerais, além do clube seu compatriota, Sagrada Esperança. Obteve cinco vitórias, dois empates e uma derrota. Os triunfos foram diante do Cruzeiro (1-0), Pitangui (3-0), Siderúrgica FC (1-0), Contagem Sport Clube de Minas Gerais (3-0) e Sagrada Esperança (1-0), os empates frente ao América (0-0) e Nacional (0-0), enquanto a derrota (0-1) aconteceu no segundo teste frente ao Cruzeiro.

Brasileiros têm “mais drible” e angolanos “mais raça”

O movimento da bola no Brasil é diferente de quando rola em terras angolanas. Segundo Luciano Câmara, jogador brasileiro do Progresso, “o futebol brasileiro é mais clássico, tem mais qualidade, mais drible”, enquanto que o angolano “é mais vontade, mais pulmão, mais raça”.

Angolanische Fußballclubs trainieren in Brasilien
O jogo de treino entre o clube angolano Progresso e a equipa brasileira Nacional de Nova Serrana terminou sem golosFoto: CRUZEIRO ESPORTE CLUBE

Opinião partilhada por Mingo Sanda, o capitão da equipa Sagrada Esperança, da província angolana da Lunda Norte, que estagiou também no Brasil. Para o jogador, naquele país existe “um futebol mais tático, mais lento, mas também [os jogadores] são rápidos quando é para fazer ataque rápido”.

Mas o objetivo é aprender com as diferenças de estilo do futebol e tirar partido da experiência nos relvados brasileiros. O capitão do Sagrada Esperança espera que, depois, a equipa possa “dar continuidade ao trabalho em Angola”. O treinador Mário Calado acredita que os seus homens aprenderam a lição, nomeadamente quanto “à qualidade e à malícia do atleta brasileiro”.

Também o Progresso do Sambizanga atravessou o Atlântico para tirar umas lições ou não fosse o “Brasil é terra do futebol”, como disse o ponta de lança ou avançado Wilson Golnçalves. O jogador elogiou a experiência com as equipas do estado de Minas Gerais. Wilson Gonçalves explicou que “é sempre bom aprender com equipas de topo, e o Cruzeiro e o América são boas equipas. Graças a Deus, conseguimos treinar com eles”.

O clube de Luanda leva na bagagem, na viagem de regresso, o segredo do futebol brasileiro. Pois, como disse o jogador Luciano Câmara, “nós quando viemos para cá, para fazer essa pré-temporada, viemos para aprender um pouco e para chegar lá e pôr em prática”.

Após estágio no Brasil “estamos preparados”

O técnico do Sagrada Esperança garante que a equipa volta fortalecida. Mário Calado reconheceu que em Angola existem “equipas melhores que nós (em fatores humanos, financeiros, bem como em termos de infra-estruturas), mas estamos preparados para competir, de igual para igual, como todas as outras equipas, em função da excelente pré-temporada que realizamos aqui no Brasil”.

Satisfeito demonstrou estar também o jogador da ala esquerda do meio-campo do Sagrada Esperança. Fatiti Camnufingo garantiu que jogar no Brasil foi “espetacular”, pois “aprendemos inúmeras coisas e levamos para a nossa terra, para a nossa Angola, de maneira a podermos exibir-nos melhor, muito melhor”.

O estágio, durante 20 dias no Brasil, integrou a segunda fase de preparação do clube Sagrada Família para as competições deste ano, após a primeira etapa que decorreu em Luanda.

Autora: Camila Campos (Belo Horizonte)
Edição: Glória Sousa / António Rocha