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Em Moçambique ONG apela Governo a massificar uso do gás no lugar da lenha

silva, romeu19 de setembro de 2013

Nas cidades moçambicanas há mais famílias a usar lenha e carvão para cozinhar porque o gas é caro. A Livaningo, uma ONG ambiental, apela ao Governo para tomar medidas urgentes para que se consuma o gás do país.

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De alguns anos a esta parte, Moçambique tem estado a descobrir enormes quantidades de gás natural, que tornam o país numa das maiores reservas mundiais deste recurso.

Estudos realizados por organizações internacionais especializadas na matéria afirmam que as reservas de gás de Moçambique podem até abastecer Alemanha e França durante vinte anos.

Alguns críticos em Moçambique não entendem como é que um país que já está a exportar gás, tem uma população que continua a recorrer ao abate de árvores para produzir lenha e carvão para cozinhar.

A DW África percebeu de algumas famílias de baixa renda na cidade de Maputo, que o uso da energia da biomassa se deve à falta de recursos financeiros, mas que também existem ainda outros motivos: "Quando se cozinha com o carvão a comida tem melhor sabor, e coze bem."

Outra senhora tem a mesma opinião: "Eu optaria mais pela lenha, a comida preparada pela lenha é melhor em relação às outras comidas."

Propostas de alternativas

Estima-se que entre 70 a 80 por cento das famílias das cidades moçambicanas são as maiores consumidoras da lenha como combustível.

Apesar de 70 por cento da população atual residir nas zonas rurais, tendo como fonte única a lenha, curiosamente não é exatamente esta que ameaça o meio ambiente, diz Domingos Pedro, da Livaningo: "Segundo os estudos que fizemos cozinhar a carvão é mais caro do que cozinhar a gás. Há necessidade de se começar a estudar como a população pode começar a alcançar estas fontes."

E nesse sentido a ONG já sabe a quem atribuir parte da responsabilidade: "O papel do Governo seria de criar um mecanismo em que o gás, a eletricidade e outras fontes de energia estejam em diferentes bairros de Maputo."

O país possui enormes quantidades de gás natural. Aos olhos da Livaningo, deve-se realizar campanhas e apoiar as comunidades no uso de gás para as comunidades: "Um dos grandes problemas que se colocam é primeiro o investimento. Tem de se comprar a botija, o gás, a mangueira enquanto que o carvão se pode comprar aos montinhos em qualquer esquina."

Já no que se refere ao contributo que a Livaningo pode dar para diminuir o uso das fontes vegetais como combustível Domingos Pedro conta: "Então, há um mencanismo que a Livaningo está a estudar com essas empresas no sentido de facilitar o acesso. As famílias podem pagar aos poucos para que possam usar esse tipo de alternativas."

Danos ambientais e desafios do Governo


Um especialista em meio ambiente revelou que apenas três cidades, nomeadamente Maputo, Beira e Nampula consumiram, só em 2011, oito milhões de sacos de carvão.

Isto significa, de acordo com Rui Mirira, que 12 milhões de hectares foram destruídos no ano em referência, em Moçambique: "Estamos a dizer que é o momento exato do gás, mas também temos os tabus, os mitos. Será que este momento do gás a população, o Governo estão preparados para responder a essas exigências? É preciso criar consciência."

Rui Mirira recomenda a utilização de fogões "amigos de ambiente" pela população de baixa renda. O fato poderá ajudar a diminuir a destruição do ecossistema: "Esse fogão já vem reduzir o consumo diário em aproximadamente 40%. Estamos a abrir uma oportunidade para criar consciência nas comunidades sobre o uso de gás como solução e a utilização de outros combustiveis alternativos."

De lembrar que uma das instiuições que está apoiar o uso do fogão "amigo do ambiente" é a GIZ, Cooperação Técnica Alemã.

No que diz respeito à produção de gás, o desafio seguinte para o Estado moçambicano é a construção de infra-estruturas necessárias à exportação do gás natural em estado líquido.