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PolíticaQuénia

Eleições no Quénia: Luta renhida pela Presidência

Andrew Wasike | bd | AP
12 de agosto de 2022

O Quénia continua à espera dos resultados oficiais das eleições de terça-feira (08.08). Os dados provisórios colocam Raila Odinga e William Ruto numa luta acirrada, ambos com cerca de 49% dos votos contados até agora.

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Raila Odinga e William RutoFoto: AFP

Os primeiros resultados oficiais das eleições gerais no Quénia deverão ser conhecidos esta sexta-feira (12.08) e o país está em suspense total à espera de conhecer o novo Presidente da República. O chefe de Estado cessante, Uhuru Kenyatta, não concorreu a um terceiro mandato.

Os resultados apurados até agora evidenciam uma corrida renhida entre os dois principais candidatos: Raila Odinga soma 49,52% dos votos expressos até ao momento e o rival William Ruto tem 49,08%, segundo os dados atualizados pela Comissão Eleitoral na tarde desta quinta-feira. O vencedor do pleito de terça-feira terá que ter 51% dos votos.

Os observadores eleitorais já elogiaram o Quénia pela organização de eleições credíveis. "Observámos as principais atividades eleitorais e pré-eleitorais e a missão toma nota das notáveis melhorias introduzidas pela comissão [eleitoral] no que respeita à transparência, preparação e gestão das eleições de 2022", disse o ex-Presidente da Tanzânia Jakaya Kikwete, que lidera a Missão de Observadores da Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês).

"Em geral, a situação foi calma, pacífica e ordeira", resumiu Kikwete. No entanto, acrescentou, a missão registou "em várias fases dos processos eleitorais problemas associados aos meios de comunicação social, particularmente no que diz respeito à desinformação e discurso de ódio". 

Observadores apontam alguns problemas

Kenia Wahlen
Membros da Comissão Eleitoral Independente durante a contagem dos votosFoto: Sayyid Abdul mAzim/AP/picture alliance

Os observadores do Instituto Republicano Internacional da América (IRI) e do Instituto Nacional Democrático (NDI) instaram à paciência e apelaram aos quenianos para que aceitem os resultados.

O chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia, Ivan Stefanec, deu nota positiva à organização do pleito, mas assinalou algumas questões: "A identificação biométrica dos eleitores, por vezes, não funcionou corretamente criando filas de espera. Durante o encerramento de algumas mesas de voto não seguiram todas as medidas de integridade estabelecidas, contudo, não foram apresentadas reclamações oficiais", apontou.

"O apuramento ainda está a decorrer e enquanto falamos estamos a observá-lo. No entanto os nossos observadores foram mantidos a alguma distância do processo da contagem de votos, o que está a reduzir a transparência", disse ainda.

Afluência às urnas mais baixa

Kenia Wahlen
Wafula Chebukati falou à imprensa esta quinta-feiraFoto: Sayyid Abdul mAzim/AP/picture alliance

O presidente da comissão eleitoral do Quénia, Wafula Chebukati, observou que irá anunciar o novo Presidente após a verificação de todos os formulários eleitorais, o que poderá acontecer nas próximas horas desta sexta-feira. A comissão eleitoral disse que a afluência às urnas foi de pelo menos 65%, muito inferior aos 80% nas eleições anteriores, em 2017.

Os observadores das sondagens disseram que estavam todos preocupados com o menor número de eleitores jovens inscritos. Houve uma queda de 6 para apenas 3 milhões de jovens que votaram. "O peso dos indecisos provavelmente afetou também a afluência às urnas. Ao contrário de muitos de nós que querem compreender como se vai lidar com o custo de vida, eles querem compreender a política", considera Angela Ambitho, do Infotrak, uma organização de investigação.

O presidente da comissão eleitoral, Wafula Chebukati, assegurou aos quenianos que não há motivos de preocupação em relação aos diferentes resultados a serem transmitidos por estações de televisão independentes, frisando que a declaração final dos resultados será feita por si, como manda a lei.

Esta eleição é a quinta e provavelmente a última tentativa do líder da oposição, Raila Odinga, desta vez apoiado pelo antigo rival e Presidente cessante Uhuru Kenyatta. O outro candidato de topo é o vice-Presidente William Ruto.

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