Terminou esta sexta-feira (11.04) a campanha para as eleições gerais de domingo, 13 de abril, na Guiné-Bissau. Autoridades de segurança já começaram a votar. No interior, diz a CNE, está tudo a postos para as eleições.
Terminou esta sexta-feira (11.04) a campanha para as eleições gerais de domingo, 13 de abril, na Guiné-Bissau. Cerca de 775 mil eleitores são chamados às urnas para escolher entre 13 candidatos presidenciais, enquanto 15 partidos disputam 102 lugares no Parlamento.
Militares e membros das forças de segurança que vão estar mobilizados no domingo (13.04) foram os primeiros a votar nas eleições gerais guineenses, com o voto antecipado esta quinta-feira (10.04). Cerca de 2 mil elementos das Forças Armadas, polícias, Guarda Nacional e outras autoridades estão recenseados e começaram a votar mais cedo, nas instalações de cada uma das nove comissões regionais de eleições (CRE) do país.
Nesta quinta-feira, votaram integrantes das forcas de seguranca e alguns profissionais de serviços essenciais que deverão estar livres no domingo para atender aos demais eleitores. O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Augusto Mendes, diz que em Bissau ainda restam alguns encaminhamentos de material para a assembleia de voto.
Cartões entregues, segurança a postos
No interior, segundo o presidente, está tudo pronto. Parte do material seguiu na quinta-feira para o voto dos eleitores na diáspora. Existem cartões de eleitor que ainda não chegaram aos respetivos titulares. Segundo Augusto Mendes, quem não tem cartão, não vota. "Poderão ainda sobrar alguns cartões para entregar, mas a maioria já foi entregue", afirma o presidente da CNE.
O presidente da CNE concorda que a segurança é um ponto sensível destas eleições. A reportagem da DW esteve em cidades do leste, onde a disputa pelo voto é bastante renhida e onde ouviu reclamações de intimidação de militantes. Mendes espera bom senso neste fim-de-semana, afirmando que "foram tomadas medidas, a sinergia de esforços entre a força de Defesa Nacional e a força da ECOMIB - da CEDEAO - que se encontra instalada no país depois do golpe de Estado". "Penso que teremos as condições necessárias para que o processo decorra num clima de normalidade", considera.
Poucas mulheres no Parlamento
Ainda assim, alguns setores estão frustrados com a postura dos partidos nestas eleições. Aissatú Camará Indjai, da Rede Nacional de Luta Contra a Violência de Género e na Infância, prevê a participação em massa das mulheres durante a votação, mas acha que, infelizmente, não terão o espaco desejado no Parlamento.
Apesar da campanha da sociedade civil para sensibilizar os partidos políticos, pouco foi garantido. "Para se eleger, precisa de estar na lista de candidatura", afirma Indjai, acrescentando que existe "um universo de 29 círculos eleitorais e o partido que tem mais mulheres como cabeça de lista é o PAIGC, com 6 mulheres". "Se este é o partido que tem mais mulheres, os outros têm menos de 6. Num universo de 29 círculos, não chega a 25%, o que significa que não vamos ter o número de mulheres que queríamos ter neste Parlamento", conclui.