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Líder da RENAMO acusa Nyusi de não estar a cumprir acordo

14 de junho de 2021

Ossufo Momade quebra silêncio sobre DDR e exige que a sociedade moçambicana e a comunidade internacional pressionem Filipe Nyusi a enquadrar oficiais da RENAMO nos comandos da polícia. Acusa o Governo de violar o acordo.

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Mosambik Nampula | RENAMO Vorsitzender | Ossufo Momade
Foto: DW/S. Lutxeque

O líder da RENAMO manifestou-se este domingo (13.06) bastante preocupado com o incumprimento por parte do Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido da oposição.

Em declarações aos jornalistas, no aeroporto de Quelimane, Ossufo Momade, disse que o partido está preocupado porque já "passaram meses que não tem nenhum sinal sobre o enquadramento dos desmobilizados da RENAMO". 

"A parte da RENAMO está a cumprir em relação a desmobilização dos nossos combatentes. No dia 21 [de junho] vamos desmobilizar a base de Tete", anunciou o líder do maior partido da oposição, que chegou à Zambézia para presidir a conferência da juventude, para a eleição do novo líder da Liga da Juventude da RENAMO.

Mosambik | Ossufo Momade - Leiter von RENAMO besucht Zambezia
Ossufo Momade chegou à Zambézia para participar na conferência da juventude da RENAMOFoto: Marcelino Mueia/DW

De acordo como líder da RENAMO, o partido está à espera há bastante tempo que os seus desmobilizados fossem enquadrados, tal como ficou acordado com o Governo moçambicano. Mas até então não tem tido resposta do Governo.

"Eu não sei o que está a acontecer para o que o projeto não seja realizado. Mas é uma preocupação. Estou a deixar esta mensagem para que a sociedade possa ajudar neste sentido. O nosso foco é a paz e a reconciliação", apelou.

Enquadrar nos comandos e não nas esquadras

Momade afirmou que não se pode falar da reconciliação enquanto a outra parte "não quer envolver os membros da RENAMO que estão a ser desmobilizados" nas forças policiais. "É o que foi acordado e não estamos a inventar", sublinhou.

"Temos o caso daqueles dez [ex-guerrilheiros] que estão lá há três anos. Nós esperávamos que depois da sua formação estariam no Comando Geral da Polícia, mas estamos a ver que todos foram colocados nas Esquadras, o que é o que nós acordamos na mesa das negociações", disse o presidente da RENAMO.

Mosambik | Ossufo Momade - Leiter von RENAMO besucht Zambezia
RENAMO preocupada com o incumprimento do acordo por parte do Governo moçambicano Foto: Marcelino Mueia/DW

Momade pediu ao Governo da FRELIMO que crie a possibilidade de enquadrar os 262 oficiais do partido como formar de garantir paz e reconciliação. E exigiu também que os 36 oficias que devem ser enquadrados na Unidade de Proteção de Altas Individualidades. 

Aos jornalistas, Momade entende que é preciso haja uma pressão da sociedade civil moçambicana e a comunidade internacional para que o Governo cumpra com o acordado.

Acordo em risco?

Filipe Nyusi e Ossufo Momade assinaram um Acordo de Paz e Reconciliação em agosto de 2019, um entendimento que prevê, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo, envolvendo cerca de 5.000 membros.

Embora haja desenvolvimento no processo, com quase a metade dos guerrilheiros já desmobilizada, o grupo de Mariano Nhongo continua um desafio para as partes e todas tentativas de aproximação para um diálogo com a dissidência fracassaram.

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