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Dívidas ocultas: Detida mulher de ex-diretor da "secreta"

Lusa
8 de março de 2019

Autoridades moçambicanas detiveram na quinta-feira a mulher do ex-diretor do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) no âmbito da investigação às dívidas ocultas, anunciaram fontes ligadas ao processo.

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Foto: picture-alliance/dpa

Ângela Leão, esposa de Gregório Leão, que está em prisão preventiva desde meados de fevereiro, foi detida na quinta-feira de manhã (07.03), após uma acareação promovida pela Procuradoria-Geral moçambicana com Fabião Mabunda, outro arguido no processo e que foi detido na tarde de quarta-feira.

De acordo com fontes citadas em diferentes órgãos de informação moçambicanos, as autoridades suspeitam que Fabião Mabunda tenha intermediado, através da sua empresa de construção civil, transações financeiras fraudulentas no interesse de Ângela Leão.

Mabunda é suspeito de ter recebido diretamente da empresa Privinvest elevados montantes, mas a verdadeira beneficiária do dinheiro seria Ângela Leão, que terá aplicado parte dos subornos na compra de casas.

Fonte da Procuradoria-Geral moçambicana contactada pela agência de notícias Lusa disse que haveria uma comunicação oficial na quinta-feira.   

Südafrika Johannesburg | Prozess gegen Manuel Chang, ehemaliger Finanzminister Mosambiks
Ex-ministro moçambicano, Manuel Chang, está a ser ouvido num tribunal de JoanesburgoFoto: Getty Images/AFP/W. de Wet

Detenções após mandado contra Chang

Desde a detenção do ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang, em 29 de dezembro, na África do Sul, à luz de um mandado internacional de captura emitido pelos Estados Unidos, a Justiça moçambicana decretou a prisão preventiva para dez dos 21 arguidos no âmbito da investigação ao caso das dívidas ocultas do Estado.

Estas detenções são as primeiras feitas pela Justiça moçambicana após três anos e meio de investigação, numa altura em que os Estados Unidos e Moçambique pedem a extradição, à África do Sul, do ex-ministro das Finanças.

A acusação norte-americana contém correspondência e documentos que a levam a concluir que três empresas públicas moçambicanas de pesca e segurança marítima terão servido para um esquema de corrupção e branqueamento de capitais com vista ao enriquecimento de vários suspeitos, passando por contas bancárias dos EUA.

Em 2016, a revelação de que o Estado tinha dado garantias escondidas a empréstimos que ascendiam a dois mil milhões de dólares (cerca de 1,750 mil milhões de euros, ao câmbio atual) levou à suspensão de vários apoios internacionais, contribuindo para a degradação das perspetivas económicas do país.