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Caso "Tuta": Governo moçambicano distancia-se do assunto

Nádia Issufo
17 de setembro de 2020

"São infundadas as alegações segundo as quais o senhor Marcos Roberto de Almeida "Tuta" seja detentor de passaporte diplomático moçambicano em virtude de nunca ter tido um vínculo laboral com o Estado moçambicano."

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Mosambik Flagge
Bandeira de MoçambiqueFoto: picture-alliance/sy5/ZUMA Press

Considerado agora o número 1 do Primeiro Comando da Capital (PPC), a maior facção criminosa do Brasil, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como ‘'Tuta'', ocupava um cargo técnico no Consulado de Moçambique em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, Brasil, desde julho de 2018. A afirmação é do promotor do Ministério Público de São Paulo, Lincoln Gakiya.

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique (MINEC), através de comunicado de imprensa, rejeitou nesta quarta-feira (16.09) qualquer vinculo com "Tuta".

Argumenta que "são infundadas as alegações segundo as quais o senhor Marcos Roberto de Almeida seja detentor de passaporte diplomático moçambicano em virtude de nunca ter tido um vínculo laboral, direto ou indireto, com o Estado moçambicano."

Por isso "o Governo da Reública de Moçambique distancia-se das notícias que circulam sobre a matéria".

Moçambique possui apenas a figura de cônsul honorário

Polizisten RoboCop-Anzug WM 2014
Operação Sharks foi desencadeada em conjunto com a Polícia Militar brasileira e Batalhão de Choque (imagem ilustrativa)Foto: Salvador Scofano

No comunicado, o MINEC começa por esclarecer que não possui nenhum Consulado Honorário em nenhuma parte do mundo. Depois explica que possui apenas a figura de cônsul honorário "e não podendo por isso se afirmar que o senhor Marcos Roberto de Almeida seja funcionário ou adido consular no Consulado Honorário em Belo Horizonte, pois o vinculo é apenas com o cônsul honorário".

O MINEC explica ainda que em 2007 o Ministério nomeou Deusdete Januário Gonçalves cônsul honorário de Moçambique no estado brasileiro de Minas Gerais, mas que em julho passado cessou funções por despacho da ministra no MINEC.

Ações da policia brasileira

‘’Tuta’’ foi alvo da operação Sharks desencadeada na última segunda-feira (14.09) por promotores do Ministério Público de São Paulo em conjunto com a Polícia Militar e Batalhão de Choque.

Durante a ação foram cumpridos 40 mandados de busca e 12 mandados de prisão na cidade de São Paulo, região metropolitana, Baixada Santista e interior do Estado. A operação culminou num total de oito pessoas presas, quatro delas em flagrante por tráfico de drogas. 

O funcionário brasileiro do Consulado de Moçambique está a ser procurado pela polícia.