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Crescimento da população mundial coloca África perante desafios

15 de fevereiro de 2012

Em outubro do ano passado, a população mundial ultrapassou os sete mil milhões de habitantes. Um desenvolvimento que traz novos desafios, segundo um relatório das Nações Unidas.

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ARCHIV - ILLUSTRATION - Tausende Besucher des M'era Luna-Festivals feiern am 08.08.2009 in Hildesheim. Im Schnitt sind die Bundesbürger 43,7 Jahre alt und damit europaweit die Methusalems. Foto: Jochen Lübke dpa (zu dpa-Korr vom 30.12.201) +++(c) dpa - Bildfunk+++
A população mundial cresce cada vez mais depressaFoto: picture-alliance/dpa

O relatório do Fundo de População das Nações Unidas, UNFPA, realça a tendência para um crescimento acelerado no futuro. Para 2050 conta-se com um número entre nove e dez mil milhões de habitantes no planeta. No entanto, em entrevista concedida à DW, Babatunde Osotimehin, Diretor Executivo do UNFPA, desdramatiza,“não é uma situação alarmante. Há que olhar para o que se esconde por detrás dos números”. O importante, diz, é a qualidade de vida. Para a assegurar há que “resolver assuntos como igualdade, educação e alimentação. E providenciar o fornecimento de todas as pessoas com serviços básicos”.

O relatório chama também a atenção para o fato do crescimento não ser igual em todo o continente. O Diretor Executivo explica as diferenças: “há zonas do mundo em que a população cresce a um ritmo que não é acompanhado pelo crescimento económico. São regiões que se situam em África e no Sul da Ásia”.

Babatunde Osotimehin Babatunde Osotimehin, den Generaldirektor von UN Population Fund Quelle: Vereinte Nationen Nutzungsrechte: Bilder dürfen nur im Zusammenhang mit Babatunde Osotimehin genutzt werden. Eingereicht von Nicolas Martin am 9.2.2012
"Não há motivo para alarme" disse à DW o Director Executivo da UNFPA, Babatunde OsotimehinFoto: Vereinte Nationen

Há diferenças de crescimento no continente africano

Noutras regiões do mundo, como na América Latina, no leste da Europa e na Ásia central, o problema apresenta-se de forma diferente. Aqui estagna o crescimento demográfico, mas aumenta a pressão resultante do êxodo da população rural para os centros urbanos. E há uma terceira variante, diz Osotimehin, "é o caso de países como a Alemanha e a Rússia, nos quais a população recua. Eles situam-se sobretudo no norte da Europa. Mas também o Japão é afetado”.

Apesar de, atualmente, dois em cada três habitantes do mundo ser de origem asiática, segundo as estimativas dos especialistas, a população africana cresce duas vezes mais depressa do que aquela na Ásia. Mas também em África a situação não é igual em todo o lado. “A situação é bastante mais equilibrada no norte do continente”.

GettyImages 81894135.jpg KIBERA SLUM, NAIROBI, KENYA - DECEMBER 2006: Rights workshops and self-empowerment classes for young women and girls in the sprawling Kibera slum in Nairobi, Kenya December 2006. These young women have very little protection and even less awareness of their rights as women. These classes are women teaching women about their bodies, their right to say no, how to avoid dangerous situations, AIDS, safe sex education and financial empowerment through savings workshops. HIV rates in Kenya are now at 5 to 1 in terms of women to men, indicating a strong feminisation of the disease. As a result, groups of Kenyan HIV positive women are banding together to offer each other education and support. Getty Images is partnering with the Global Business Coalition on HIV/AIDS ongoing projects. (Photo by Brent Stirton/Getty Images)
Acesso à edução é um dos serviços básicos que devem ser prestados a toda a população mundialFoto: Getty Images

O relatório alerta para a necessidade de tomar várias medidas como “o acesso à água potável e a alimentos, o saneamento básico e a segurança pública”, diz o responsável da UNFPA, que acrescenta, “quando chegarmos aos nove mil milhões de habitantes, o mundo terá que produzir mais 70 % de alimentos do que agora. A distribuição terá que ser aperfeiçoada”.

A distribuição equitativa de alimentos é uma prioridade

Osotimehin lembra que existem regiões no mundo onde se deitam fora alimentos que escasseiam noutro lado. "Algo que deve ser mudado com urgência", remata. E nos países africanos e asiáticos de rápido crescimento demográfico, diz Osotimehin, os governos devem enfrentar o desafio reforçando o planeamento familiar “para obter uma situação econômica e social mais estável". O que requer medidas no âmbito da educação, “nos países em que a população cresce a um rimo acelerado esforçamo-nos por fazer ver aos governos que devem levar a cabo programas de educação para mulheres jovens”. Mas sempre tendo em conta que cabe à mulher decidir se quer ou não ter filhos. “Só que as condições para os criar devem ser melhoradas”.

**ADVANCE FOR SUNDAY, APRIL 26** In this photo taken on March 3, 2009, Phetsile Ndwandwe, left, with her sick child Siphokazi, right, in Bulawayo, Swaziland. the young mother has been supporting Siphokazi and her 4-year-old daughter, Setsebile, unseen, by working a neighbor's garden, taking her payments in vegetables, ever since she lost her sugar cane plot after falling behind in paymants to a village cooperative. (AP Photo/Denis Farrell)
Cabe às mulheres decidir quantos filhos desejam terFoto: AP

Autora: Nicolas Martin/ Julia Wegenast
Edição: Cristina Krippahl