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Cresce o interesse da Alemanha pelo mercado africano

6 de fevereiro de 2012

As empresas alemãs querem apostar cada vez mais em África. Em nome do governo alemão, a seguradora de crédito Euler Hermes assinou um acordo de cooperação com o Banco Africano de Importação e Exportação.

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Foto: Fabian Bimmer/AP/dapd
A previsão de um crescimento económico para África incentiva Alemanha a fortificar os laços com o continenteFoto: dapd

De acordo com dados do Ministério alemão de Cooperação Económica (BMZ), África registou nos últimos dez anos o maior período de crescimento desde a década de 60 – e não apenas em países ricos em recursos naturais. Um estudo realizado pela consultora alemã Roland Berger confirma que o continente representa uma mão cheia de oportunidades, especialmente a região subsaariana.

Mas, segundo Andreas Klasen, sócio da empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers e especialista no financiamento ao comércio e às exportações, África representa um risco mais elevado, sendo uma região em desenvolvimento e emergente. Um risco que com frequência as empresas alemãs e os bancos têm dificuldade em suportar sozinhos.

Mas por outro lado Andreas Klase diz: "É preciso ver que nos países africanos há grandes oportunidades para os exportadores alemães. Há uma grande procura de investimentos, na infraestrutura ou no setor da energia."

O especialista cita, por exemplo, a produção de painéis solares na Argélia ou no abastecimento de água potável em Angola – projetos de grande importância que são apoiados por garantias de crédito à exportação.

Solarkraftwerk eingeweiht Ein Techniker kontrolliert am Dienstag, 21. Aug. 2007, Solar-Module im Solarkraftwerk Brandis bei Leipzig
A Alemanha tem se destacado pela exportação de equipamento e tecnologiaFoto: AP

Vale mais prevenir do que remediar

Garantias que, em última análise, protegem as empresas alemãs caso não recebam os pagamentos e que são há mais de 60 anos um instrumento importante do comércio externo da Alemanha.

Encarregada pelo governo alemão, a PricewaterhouseCoopers gere em conjunto com a seguradora Euler Hermes as garantias de crédito à exportação. Em dezembro, ambas as empresas assinaram um acordo de cooperação com o Banco Africano de Importação e Exportação, o Afreximbank.

Segundo Klasen, alguns dos 48 países da África subsaariana, incluindo Moçambique, Tanzânia, Gana e Nigéria, estão entre as economias que crescem mais depressa em todo o mundo. A sul do Sahara vivem cerca de 750 milhões de pessoas, mas a região conta apenas com uma participação de dois por cento na economia mundial.

Euler Hermes und Afreximbank
Andreas Klasen (esq.) e Jean-Louis Ekra, presidente da AfreximbankFoto: Euler Hermes Kreditvesicherungs-AG

Aumento das exportações alemãs

A Alemanha tem-se interessado cada vez mais pela África subsaariana. Enquanto o total das exportações alemãs para o continente africano cresceu desde 2006 em 7 por cento, as exportações destinadas à região subsaariana subiram muito mais: cerca de 16 por cento. Porém o especialista da PricewaterhouseCoopers considera que a Alemanha está aquém daquilo que pode atingir.

No ano passado, o governo alemão assegurou um volume de exportações para os países subsaarianos superior a mil milhões de euros. Segundo Klasen um objetivo importante é facilitar o comércio com África, e neste contexto o espcialista explica:"estamos a trabalhar com o Afreximbank e que assinámos um novo acordo com a Agência Seguradora para o Comércio na África – ATI em Nairobi, no ano passado”.

O Banco Africano de Importação e Exportação foi fundado em 1993 por um consórcio formado por governos africanos e investidores privados e institucionais. A sua missão é financiar e promover o comércio africano. A Agência Seguradora para o Comércio na África é uma organização financeira internacional fundada em 2001 por estados africanos.

Autor: Monika Lohmüller/Guilherme Correia da Silva
Edição: Nádia Issufo/António Rocha