1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
SaúdeÁfrica do Sul

Atitude de países ricos em relação à Africa do Sul criticada

Lusa
6 de dezembro de 2021

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o Presidente senegalês, Macky Sall, criticaram hoje a atitude dos países ricos em relação à África do Sul, após a descoberta da variante Omicron.

https://p.dw.com/p/43uF1
Senegal Macky Sall mit Cyril Ramaphosa, Friedensforum in Dakar
Cyril Ramaphosa (esq.), Presidente da África do Sul, e Macky Sall, Presidente do SenegalFoto: Präsidentschaft der Republik Senegal

Na abertura do Fórum Internacional de Dacar sobre Paz e Segurança em África, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, referindo-se às proibições de viagem impostas por vários países ao seu, disse esta segunda-feira (06.12): "Quando os cientistas sul-africanos descobriram a Omicron, assumiram a responsabilidade de informar o mundo. E o que aconteceu? Os países do norte impuseram restrições para punir a excelência".

Por seu lado, Macky Sall disse que "Isolar um país que detetou uma nova variante e mostrou transparência não é apenas discriminatório, mas também contraproducente, porque encoraja outros a não serem transparentes".

No final de novembro, uma equipa de investigadores sul-africanos anunciou que tinha detetado uma nova variante de Covid-19, a Omicron. A reação imediata de muitos países foi fecharam as suas fronteiras com a África Austral, em poucas horas. 

Symbolbilder COVID-19-Vektor-Impfstoff
O acesso às vacinas contra a Covid-19 no mundo é desigual Foto: K. Schmitt/Fotostand/picture alliance

"Isto não é aceitável", acrescentou Sall. Ramaphosa também disse estar particularmente "desapontado" com a atitude dos países avançados em matéria de vacinas.

Vacinas e as "migalhas" dos países ricos

Referindo-se ao fornecimento de vacinas a diferentes países, acusou os países ricos de "darem apenas as migalhas". A ganância que demonstram é particularmente dececionante, especialmente quando afirmam ser nossos parceiros", sublinhou.

Sobre a difícil questão da laboriosa negociação de um levantamento temporário das patentes que protegem as vacinas contra a Covid-19, considerou que "a recusa" dos países ricos permite "ver realmente quais são os seus interesses".

As negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) estão estagnadas, porque a Índia e a África do Sul apelaram à remoção temporária das proteções da propriedade intelectual para impulsionar a produção nos países em desenvolvimento e abolir as desigualdades gritantes no acesso às vacinas.

Symbolbild Corona Covid Variante Omicron B.1.1.529
A variante Ómicron da Covid-19 foi descoberta por cientistas na África do SulFoto: DADO RUVIC/REUTERS

Esta ideia esbarra numa oposição feroz dos gigantes farmacêuticos, em nome do seu esforço financeiro na investigação, e pelos seus países de acolhimento, para os quais as patentes não são o principal constrangimento ao aumento da produção de vacinas, receando que tal medida acabe por minar a capacidade de inovação. 

As consequências 

A Covid-19 provocou pelo menos 5.253.726 mortes em todo o mundo, entre mais de 265,13 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

Covid-19: Alemanha regressa ao passado das restrições

Saltar a secção Mais sobre este tema