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Moçambique: "Pobreza mais extrema", alerta UNICEF

Lusa
6 de junho de 2020

O alerta é do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e surge numa altura em que o número de casos de Covid-19 no país continua a crescer. São já 409.

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Kinder in Mosambik nach Idai Ziklon brauchen Hilfe
Foto: UNICEF

A Covid-19 "significa uma pobreza mais extrema e prolongada e a negação dos direitos fundamentais para dez milhões de crianças de Moçambique" que já vivem desfavorecidas, alertou, este sábado (06.06), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

A declaração faz parte de um conjunto de análises publicadas por aquela agência da ONU entre o Dia da Criança, a 01 de junho, e o Dia da Criança Africana, celebrado a 16 de junho.

As escolas em Moçambique estão fechadas desde 23 de março como forma de prevenir o avanço do novo coronavírus e o UNICEF lança um alerta: "Quanto mais tempo as escolas estiverem fechadas, maior será a perda de tempo de aprendizagem e maiores serão as hipóteses de as crianças, especialmente as raparigas, não regressarem à sala de aula após a reabertura escolar".

Ao mesmo tempo, "a insegurança económica e a suspensão escolar prolongada pode exacerbar as tendências para uniões prematuras de crianças e para o sexo transacional como formas de lidar com a situação e como mecanismos de proteção" por parte dos agregados familiares.

Situação em Cabo Delgado

A UNICEF destaca ainda uma "preocupação crescente com o bem-estar das crianças de Cabo Delgado, província do norte do país, afetadas por uma conjugação de fatores: deslocação, violência intensa e pobreza".

De uma forma global, o UNICEF chama ainda a atenção para "uma redução agravada no acesso aos serviços de saúde essenciais devido a uma perturbação significativa do sistema de saúde", o que pode "agravar a vulnerabilidade já existente em crianças que necessitam de vacinação, sofrem de doenças crónicas, vivem com uma deficiência ou são afetadas por doenças infeciosas comuns, como a malária".

"Espero que esta informação faça começar uma reflexão e um diálogo construtivos a todos os níveis políticos e entre um vasto leque de atores para responder a esta emergência, recuperar o futuro das crianças e reimaginar um Moçambique adequado a cada criança depois de esta crise se atenuar", conclui Katarina Johansson, representante do UNICEF em Moçambique.

Armindo Tiago
Armindo Tiago, ministro da SaúdeFoto: DW

Números continua a aumentar

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde dão conta de que Moçambique regista 409 casos positivos do novo coronavírus, dois mortos e 126 recuperados.

Em declarações este sábado, o ministro da Saúde Armindo Tiago manifestou preocupação com a "rápida propagação" da covid-19 na província de Nampula, que conta com um total de 115 casos positivos, cerca de duas semanas após o registo do primeiro caso.

 "Temos uma pequena janela de oportunidade para reverter a situação e reduzir significativamente o drama que pode advir do aumento rápido e contínuo do número de casos", afirmou.

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