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Religião

Covid-19: Fim do Ramadão celebrado com restrições

AP | DPA | Lusa | cvt
24 de maio de 2020

Festa muçulmana Eid al-Fitr, que marca fim do Ramadão, é celebrada a partir deste domingo (24.05). Na maioria dos países, há restrições às reuniões e deslocações. No Egito, realizou-se cerimónia numa mesquinha no Cairo.

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Ramadan in Afrika Moschee in Ägypten Kairo
Nesta mesquita no Cairo, celebração religiosa foi realizada sem a presença de fiéisFoto: picture-alliance/AP Images/N. El-Mofty

Países como a Arábia Saudita, onde se situam os mais importantes locais sagrados do Islão, o Qatar, a Síria, o Iraque, o Líbano, a Jordânia, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, o Kuwait, a Líbia ou a Palestina anunciaram a celebração do Eid al-Fitr a partir deste domingo (24.05) com limitações devido à pandemia de Covid-19.

Esta é, normalmente, uma época de viagem, reuniões familiares e celebração. Mas este ano, muitos dos 1,8 mil milhões de muçulmanos do mundo terão de rezar em casa.

"Isto é permissível porque o perigo da doença Covid-19 ainda existe e a oração do Eid não pode ser feita em mesquitas ou ao ar livre", declarou a influente sede de aprendizagem do Islão Sunita baseada no Cairo, Al-Azhar, numa declaração.

Alguns países impuseram o recolher obrigatório 24 horas por dia. Mas mesmo onde muitas restrições foram levantadas, as celebrações serão reduzidas devido a receios por causa da pandemia da Covid-19 e das suas consequências económicas.

No Egito, o país mais populoso do mundo árabe com quase 100 milhões de habitantes, foi decretado recolher obrigatório a partir das 17 horas deste domingo até à próxima sexta-feira (29.05).

Os transportes públicos estão interrompidos e os locais de diversão encerrados para limitar a circulação ao ar livre.

No entanto, o Governo permitiu que uma mesquita estatal no Cairo reabrisse este domingo só para as orações do Eid al-Fitr, com a presença de muitos adoradores.

"Pedimos a Deus, neste dia de alegria, para acabar com esta epidemia", disse um clérigo, num sermão após as orações, que foram transmitidas em direto pela televisão estatal egípcia.

"Ansiamos por voltar a rezar dentro das mesquitas", acrescentou ele.

O Egito, com mais de 700 óbitos, é o país africano com maior número de mortes devido à pandemia de Covid-19, enquanto a Arábia Saudita é mais afetado na região do Golfo Pérsico, com perto de 370 mortos e quase 70 mil infetados. 

Tanto num como noutro, os casos de contágio aumentaram exponencialmente no mês do Ramadão.

A Arábia Saudita impôs recolher obrigatório desde sábado (23.05) e até a quarta-feira (27.05), no período em que as famílias muçulmanas se costumam reunir para celebrar o fim do mês de jejum.

O Iraque também decretou um recolher obrigatório de 24 horas durante os dias em que se celebrar o Eid al-Fitr. 

Ägypten Coronavirus Ramadan
Decoração tradicional durante o Ramadão, no CairoFoto: DW/M. Magdy

Cultos religiosos permitidos em França

Cerca de 2.000 muçulmanos reuniram-se para as orações num complexo desportivo no subúrbio parisiense de Levallois-Perret, cuidadosamente espaçados e com máscaras, de acordo com a rádio France-Info.

Os abraços tradicionais não eram permitidos.

França permite que os cultos religiosos sejam retomados pela primeira vez desde março, mas a principal organização muçulmana francesa aconselhou às mesquitas permanecerem fechadas neste domingo. Segundo a organização, o decreto governamental não deu tempo suficiente às mesquitas para adquirirem máscaras e álcool em gel para as mãos para garantir que as reuniões não se transformem em eventos de grande propagação do coronavírus.

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