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PolíticaCosta do Marfim

Abidjan: Líderes da oposição investigados por "insurreição"

Lusa
6 de novembro de 2020

Anúncio foi feito, esta sexta-feira (06.11), pelo procurador de Abidjan, que acrescentou que os três líderes da oposição que anunciaram a criação de "um Governo de transição" são acusados de "assassínio".

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Elfenbeinküste | Präsidentenwahl |  Zusammenstöße zwischen Demonstranten und Polizei
Foto: Luc Gnago/REUTERS

Em causa estão Maurice Kakou Guikahué, número dois do principal partido da oposição, o Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI), preso a 3 de novembro, o porta-voz da plataforma da oposição e ex-primeiro-ministro, Pascal Affi N'Guessan, e o antigo ministro Abdallah Mabri Toikeusse. 

Numa conferência de imprensa, esta sexta-feira (06.11), o procurador de Abidjan, Richard Adou, explicou que os três líderes da oposição estão a ser investigados por "insurreição" e "atos de terrorismo", acrescentando que Pascal Affi N'Guessan e Abdallah Mabri Toikeusse se encontram "em fuga e a ser ativamente procurados".

Os três homens são ainda acusados de "assassínio", disse.

Alassane Ouattara, 78 anos, foi reeleito com 94,27% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais de 31 de outubro na Costa do Marfim. No entanto, e porque diz não reconhecer estes resultados, a oposição anunciou a criação de um conselho nacional com o objetivo de formar um "Governo de transição". Após o anúncio, as casas dos líderes da oposição foram cercadas e revistadas pelas forças de segurança.

A oposição acusa as autoridades de detenções arbitrárias e uso desproporcionado da força.

Eleito em 2010 e reeleito em 2015, Ouattara tinha anunciado em março que iria desistir de uma nova candidatura, antes de mudar de ideias em agosto, após a morte do candidato presidencial do seu partido e então primeiro-ministro, Amadou Gon Coulibaly.

A Constituição da Costa do Marfim prevê um máximo de dois mandatos presidenciais, mas o Conselho Constitucional considerou que, com a reforma adotada em 2016, a contagem de mandatos de Ouattara tinha sido recolocada a zero, dando cobertura a uma nova candidatura.

Os recentes atos de violência no país, levantam receios de uma repetição dos conflitos pós-eleitorais registados há 10 anos.

Eleições tensas na Costa do Marfim