Cooperação militar entre Angola e EUA centra-se na formação
28 de março de 2012
Por ocasião da visita do General Carter Ham, Angola e os EUA definiram a linha de cooperação militar. O comandante do AFRICOM encontrou-se com a liderança do exército angolano e representantes do Ministério da Defesa.
Na ocasião, foram tratados temas como o alegado aumento da pirataria e tráfico de drogas no continente africano. Em entrevista exclusiva à DW África, o general Ham considerou que “a pirataria no Golfo de Aden e África Ocidental é muito importante para Angola”. Isto porque abala a segurança do continente, tal como, aliás, o tráfico de drogas.
Também Moçambique pode vir a ser afetado
Carter Ham reagia também a preocupações expressas recentemente pelo secretário executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre o impacto dos piratas no Oceano Índico, com a tendência dos sequestradores de navios se deslocaram para além do Golfo de Aden.
Na altura, Salomão disse: “Existem ainda ataques e atos de pirataria que afetam países membros da organização, como seja a Tanzânia, Madagáscar, Maurícias e Seychelles. São os países mais afetados. Eventualmente também serão afetados, futuramente, o canal de Moçambique e, mais para baixo, a África do Sul”.
Mas, ressalvou Salomão, “os países estão a realizar programas concertados”.
O chefe do comando norte-americano para África reafirmou também a intenção dos EUA de capturar Joseph Kony, o líder do Exército de Libertação do Senhor, movimento guerrilheiro do sul do Uganda, mas com tentáculos nos países em volta. Kony é acusado de uma infinidade de crimes contra a humanidade.
EUA ajudam na captura de Kony
O general Carter Ham explica: “O caso específico de Joseph Kony e a sua organização tem a ver com quatro países: Uganda, Sudão do Sul, República Centro-Africana e República Democrática do Congo. A União Africana e os seus líderes já desenvolveram esforços para solucionar a situação. E os Estados Unidos da América enviaram 100 assessores militares”.
O comandante do AFRICOM disse que a sede do comando vai continuar na Alemanha, em Estugarda, desmentindo notícias sobre uma suposta transferência para África: “Não temos quaisquer planos nesse sentido. A Alemanha é uma excelente localização para o nosso quartel-general”.
Atualmente, a cooperação militar bilateral com Angola concentra-se na formação de militares angolanos em matérias como defesa e segurança, línguas e liderança, informou ainda o general.
Autor: Manuel Vieira (Luanda)
Edição: Cristina Krippahl/Renate Krieger