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Conflitos e violência aumentam o número de refugiados

Joana Rodrigues19 de junho de 2015

O número de refugiados atingiu o recorde de 60 milhões no ano de 2014, o que representa um aumento de 8,3 milhões em relação a 2013. Em África, a situação piorou.

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Foto: DW/L. Scholtyssek

Em 2014, uma média de 42,5 mil pessoas por dia tornaram-se refugiadas. Conflitos, violência, perseguições e violações de direitos humanos levaram 60 milhões de pessoas a fugirem das suas casas. Esta tendência de crescimento tem sido principalmente verificada desde 2011, quando se iniciou a guerra na Síria.

A informação foi avançada pelo relatório “Mundo em Guerra”, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O documento destaca ainda que metade os refugiados do mundo são crianças.

Em África, a situação piorou devido aos conflitos na República Centro Africana, Sudão do Sul, Somália, Nigéria, Burundi, Mali e República Democrática do Congo.

“Em África há um número cada vez maior de pessoas a fugirem das suas casas devido a conflitos e perseguições, nomeadamente no Burundi, Sudão do Sul ou Somália. A situação não está a melhorar, está até a piorar, e muitas pessoas não têm regressado a casa como acontecia em anos anteriores”, explica Tina Ghelli, Diretora Regional de Relações Externas na África Austral do ACNUR.

No total, a África subsaariana totalizou 3,7 milhões de refugiados e 11,4 milhões de deslocados internos. A Etiópia substituiu o Quénia como principal país de destino dos refugiados na região, e é agora o quinto maior no mundo.

UNHCR Tina Ghelli
Tina Ghelli, Diretora Regional de Relações Externas para a África Austral no ACNURFoto: UNHCR

Angola acolhe 15.474 refugiados, Moçambique 4.536, e a Guiné-Bissau cerca de nove mil.

“Em Moçambique o número de refugiados tem aumentado. A maioria vem do Congo, do Burundi e da República Centro-Africana, e vivem num campo em Nampula. Em Angola o número de refugiados e requerentes de asilo ultrapassa os 15 mil, e estão espalhados um pouco por todo o país”, sustenta a especialista.

Angola e Guiné-Bissau com grande número de cidadãos em situação de refugiados

Na passada semana, mais de 1600 estrangeiros em situação ilegal foram expulsos de Angola, incluindo refugiados. Esta é uma das grandes preocupações do ACNUR, declara Tina Ghelli: “sabemos que há pessoas a tentarem entrar em Angola por motivos económicos e outras para escaparem a conflitos. Devido à grande extensão do país e ao fato de as zonas das fronteiras serem remotas, tentamos treinar os oficiais para saberem reconhecer refugiados e não os mandarem de volta para onde as suas vidas correm perigo.”

Angola e Guiné-Bissau lideram também a lista de países de língua portuguesa com maior número de cidadãos em situação de refugiados: 9507 em Angola e 1307 na Guiné.

“O ACNUR tem trabalhado com o governo em Angola para encontrar soluções para os refugiados que fugiram por causa das guerras civis. Muitos já regressaram da Zâmbia e da Namíbia, onde procuraram asilo, e aos restantes têm sido dadas autorizações de residência nos países de acolhimento. A Zâmbia aceitou acolher cerca de 10 mil ex-refugiados angolanos.”

Ghelli destaca ainda que a maioria dos novos casos em Angola se deve a perseguições individuais. “Os casos mais recentes de refugiados angolanos têm sido devido a perseguições.”

A Turquia, o Paquistão e o Líbano foram os países que mais refugiados acolheram em 2014. António Guterres, Alto-Comissário para os Refugiados da ONU, declarou, antes do lançamento do relatório anual, que “a escala de deslocamentos forcados está a superar tudo o que vimos antes”.

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