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Combate à fome no Corno de África

27 de outubro de 2011

O combate à fome no Corno de África está na ordem do dia da Organização das Nações Unidas Para a Agricultura e Alimentação (FAO). Na região 30 milhões de pessoas sofrem as consequências da seca.

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Refugiado da Somália transporta um saco de trigoFoto: picture alliance/dpa

É preciso implementar ações concretas que cheguem àqueles que são mais afetados pela variação dos preços dos alimentos, nomeadamente, os pequenos agricultores, os países mais pobres da África e os consumidores. Esta é a posição da Organização das Nações Unidas Para a Agricultura e Alimentação. A FAO acredita que é fundamental reforçar o sistema de informação do mercado para a agricultura.

Hungersnot in Kenia
Há 2.5 mil milhões de pequenos agricultores familiares no mundo e muitos não conseguem garantir a sua subsistência por causa de secas e outras calamidadesFoto: Picture-Alliance/dpa

"Hoje a informação sobre quatro produtos de base, o trigo, o milho, o arroz e a soja, que constituem a base da alimentação no mundo inteiro, tem de ser considerada um bem público" diz Cristina Amaral, chefe do gabinete de emergências para África da FAO. Ela considera ainda que o aumento da "transparência, a troca de informação e a capacidade de prever algumas crises", podem favorecer os agricultores africanos.

Investimento local

No Brasil a estratégia de investir na produção e consumo local é bem sucedida e a FAO pretende aplicá-la em países africanos. É um programa de aquisição de alimentos, em que africanos compram em África e para África. E o programa "baseia-se no conceito que os estados, normalmente, têm políticas sociais e fazem compras para programas sociais."

Cristina Amaral argumenta ainda que a ideia é que essas compras sejam feitas diretamente a pequenos agricultores familiares, o que faria com que o programa passasse a ter dois objetivos: Por um lado, o aumento da produtividade e a inserção do pequeno agricultor familiar no mercado, que é um dos aspectos fundamentais para a sustentabilidade. E por outro lado, o fornecimento de alimentos a populações mais carênciadas, através das cantinas escolares, programas em hospitais e vários outros programas sociais.

Projeto piloto

Hungerkatastrophe in Afrika
Stocks de emergência podem salvar vidas se forem bem geridos e estiverem o mais perto possível das comunidadesFoto: AP

Um projeto piloto para a reserva de alimentos no Corno de África vai ser colocado em prática para evitar que a fome volte a ser declarada na região. A FAO é bastante cautelosa em relação às reservas de alimentos, no entanto, defende que isso exista, desde que esteja perto de quem mais precisa.

"Por outro lado, há outras alternativas como encorajar que sejam as comunidades a ter pequenos stocks de emergência para o caso de uma seca, de uma inundação, ou de qualquer calamidade que provoque quebras grandes na produção."

Cristina Amaral lembra que "há 2.5 mil milhões de pequenos agricultores familiares no mundo e que muitos deles não conseguem produzir o suficiente para se alimentar”, daí a afirmação de que “esses stocks de emergência têm de existir e têm de ser geridos o mais perto possível das comunidades."

Autor: Rafael Belincanta (Roma)

Edição: Carla Fernandes/António Rocha