1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Cimeira da SADC saúda progressos na RDC rumo às eleições

mjp | Reuters | Lusa | EBU
25 de abril de 2018

Reunidos em Luanda, líderes da África Austral apelaram à manutenção de um "ambiente propício" à realização das eleições de 23 de dezembro na República Democrática do Congo. Presidenciais já foram adiadas duas vezes.

https://p.dw.com/p/2wcMq
Foto: GUY-GERVAIS KITINA/AFP/GettyImages

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) assinalou esta terça-feira (24.04) o "progresso significativo" na República Democrática do Congo (RDC) rumo às eleições. Numa cimeira extraordinária na capital angolana, os chefes de Estado e de Governo da África Austral saudaram Executivo liderado por Joseph Kabila, presente no encontro, os intervenientes políticos e a Comissão Eleitoral pelo progresso feito desde 2016.

A RDC tem sido palco de instabilidade face à recusa do Presidente Kabila de abandonar o cargo que ocupa desde 2001. As manifestações da oposição e da comunidade católica são frequentes e quase sempre reprimidas pelas autoridades. Dezenas de pessoas morreram em protestos pela saída do chefe de Estado, na sua maioria, abatidas pelas forças de segurança.

Esta terça-feira (24.04), no entanto, foi dia de manifestação pacífica: um comício da oposição na capital, Kinshasa, o primeiro autorizado pelo Governo em quase dois anos, para marcar o 28º aniversário da política multi-partidária no país.

Cimeira da SADC saúda progressos na RDC rumo às eleições

Os comícios da oposição são proibidos desde setembro de 2016. "A autorização do protesto não é uma prenda, é uma consequência da nossa luta. Saudamos a contenção da polícia. Terão de aprender a olhar-nos como concidadãos e não como adversários", afirmou Félix Tshisekedi, presidente da União para a Democracia e Progresso Social (UDPS).

Joseph Kabila deveria ter abandonado a Presidência no final de 2016, depois de atingir o limite constitucional de dois mandatos, mas deverá manter-se no poder até janeiro de 2019, a data prevista para a transição do poder, após as eleições.

Tshisekedi desmente rumores

Félix Tshisekedi é uma das duas figuras apontadas à corrida presidencial, ao lado do empresário no exílio Moise Katumbi. Esta terça-feira, Tshisekedi afastou rumores de um acordo com o chefe de Estado para ocupar o cargo de primeiro-ministro - uma oferta que Kabila fez aos seus opositores no passado. "Não se deixem distrair, deixem-nos com as suas distrações. Nós temos de nos preparar e vocês têm de se preparar para me levarem a vencer as eleições", declarou.

No comício invulgarmente pacífico da oposição, os apoiantes da UDPS apelaram à mudança no país. "Tem de haver uma eleição e temos de respeitar as regras do jogo. Caso contrário, as pessoas continuarão a pressionar o atual Presidente para que haja mudança e um Estado de Direito.", pediu um apoiante. "Rezamos pela mudança e por novos líderes. Apoiamos Thisekedi porque estamos fartos", disse outro seguidor da UDPS.

Entretanto, em Angola, face ao que classifica como "progresso significativo feito no país", a cimeira da SADC "reconsiderou a sua decisão de destacar um enviado especial" para a RDC. O encontro juntou em Luanda, além do chefe de Estado angolano, João Lourenço, os Presidentes da República da África do Sul, Namíbia, Zâmbia e da República Democrática do Congo, o vice-Presidente da Tanzânia, o rei da Suazilândia e o primeiro-ministro do Lesoto.