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Famílias sofrem de cheias no Niassa

Manuel David13 de junho de 2016

Na vila de Metangula, no distrito do Lago, na província do Niassa, no norte de Moçambique, quarenta famílias afetadas pelas cheias vivem em tendas em condições difíceis e tentam agora reorganizar as suas vidas.

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Mosambik Überschwemmungen in Niassa - Opfer in Zelten
Foto: DW/M. David

Trata-se de famílias que viviam em zonas baixas e que viram as suas casas precárias e outros bens destruídos pela fúria das águas. A situação das famílias é considerada calamitosa, apesar de já terem sido reassentadas em zonas mais altas. As famílias tentam ambientar-se e reorganizar as suas vidas. O objetivo é esquecer o drama vivido no terreno e regressar ao dia-a-dia normal. Mas não é fácil.

Durante uma recente visita àquela zona de reassentamento, efetuada pela equipa de reportagem da DW Africa, o chefe do centro de reassentamento João Falenza admite que o calor nas tendas causa enormes dificuldades aos moradores, tanto no período noturno como no diurno: "A partir das nove, dez, onze e até as dezassete horas ninguém consegue entrar nas tendas. O sol está aquecer muito, só conseguimos entrar nas tendas a partir das dezassete ou dezoito horas, mas também com sofrimento", salienta João Falenza.

Mosambik Überschwemmungen in Niassa - Opfer in Zelten
Os moradores do centro de reassentamento de Metangula queixam-se do calor nas tendasFoto: DW/M. David

Calor, falta de energia e ameaça de animais selvagens

Como forma de aliviar o sofrimento a maior parte das famílias reassentadas naquele centro já começou a fabricar tijolos para a construção de casas próprias nos terrenos distribuídos pelo governo.

Herita Binaly, uma das mulheres reassentadas naquela zona, em entrevista à DW África, não esconde a sua preocupação, afirmando que os seus familiares têm enormes dificuldades em dormir. O calor constitui o principal problema, mas também a existência de animais ferozes na zona, "bichos que invadem regularmente o acampamento à procura de comida". Outro grande problema, segundo Herita Binaly, é a falta de corrente elétrica."

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Autoridades dizem que não há dinheiro para mais apoios

A presidente do conselho municipal da vila de Metangula, em entrevista à DW África, afirma estar ciente das preocupações que são levantadas pelas vitimas das cheias, e avança que os primeiros socorros já foram dados.

Sara Mustafá descarta a possibilidade de disponibilização de mais apoios para aquelas famílias, alegadamente porque tanto a edilidade como o governo estariam sem dinheiro: "Tivemos muitos apoios vindos de todas as partes, que já distribuimos às pessoas para conseguirem construir casas condignas." Segundo a edil também já teria sido construído um poço de água. Agora faltaria "apenas a instalação de energia".

Mosambik Überschwemmungen in Niassa - Opfer in Zelten
Já não há mais dinheiro para apoios às pessoas reassentadas, afirmam as autoridades em Metangula, NiassaFoto: DW/M. David